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Postada por: Jr Lopes dia 16/12/2009
Justiça marca para março de 2010 julgamento de casal Nardoni
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Ana Carolina Cunha de Oliveira e a filha, Isabella, 5, que foi jogada do sexto andar do edifício (Foto: Divulgação)


O juiz Maurício Fossen, do 2º Tribunal do Júri do Fórum de Santana, marcou para o dia 22 de março de 2010, às 13h, o julgamento do casal Alexandre Nardoni e Anna Carolina Jatobá, acusados de matar a filha dele, Isabella Nardoni, 5. A informação foi divulgada no início da noite desta terça-feira pelo TJ (Tribunal de Justiça) de São Paulo.


A menina Isabella morreu no dia 29 de março de 2008, quando caiu do sexto andar do prédio onde moravam seu pai e sua madrasta, na zona norte de São Paulo. O casal --que nega a autoria do crime-- foi preso em maio daquele ano e permanece na prisão desde então.


Os desembargadores da 4ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de São Paulo decidiram que o casal será levado a júri popular. A defesa dos acusados, porém, tenta impedir o julgamento e já entrou com uma série de recursos na Justiça.


Desde que o casal foi denunciado, a defesa de Nardoni e Jatobá vem sofrendo sucessivas derrotas nos recursos apresentados à Justiça. Desde maio do ano passado, ao menos dez decisões da Justiça paulista, do STJ (Superior Tribunal de Justiça) ou do STF (Supremo Tribunal Federal) mantiveram o casal preso.


Os advogados pedem a revogação da prisão preventiva e anulação do recebimento da denúncia (acusação formal), sob o argumento de que não há prova da materialidade do crime, já que as marcas de esganadura apontadas pela perícia não existiam.


A defesa do casal não foi localizada para comentar o agendamento da data do julgamento.


DNA


A defesa também contesta que o material genético armazenado no IC (Instituto de Criminalística) seja de Nardoni e Jatobá, e solicitou à Justiça um exame de DNA para comprovar a tese de que o sangue utilizado pela perícia para confrontar o encontrado em peças de roupa no apartamento onde o crime ocorreu não é do casal.


Na semana passada, o exame feito a partir de uma nova amostra de material genético do casal comprovou que o sangue pertencia, de fato, aos dois.


Na decisão divulgada hoje, o juiz Fossen, "a fim de evitar eventual alegação futura de nulidade", determinou que a defesa do casal Nardoni seja notificada sobre a conclusão do novo exame de DNA. Entretanto, os advogados já protocolaram um novo pedido de exame de DNA.


O juiz também determinou que o IML (Instituto Médico Legal) marque uma data para que a defesa do casal tenha acesso às radiografias da menina Isabella, pedido feito durante o processo.


Defesa e acusação


Neste ano, os advogados do casal levantaram a hipótese de que a morte dela pode ter sido um acidente doméstico. Em entrevista ao programa "Fantástico", da TV Globo, o advogado Roberto Podval afirmou que Isabella pode ter se assustado ao acordar, cortado a rede de proteção da janela e caído.


"Um acidente é possível. Eu entrei nesse caso, estudei o caso e, honestamente, eu estou convencido da inocência do casal", disse o advogado.


No caso do edifício London, onde Isabella morreu, as câmeras de segurança não gravavam as imagens, o que teria começado a ser feito após a tragédia.


Para o Ministério Público de São Paulo, porém, não há dúvidas de que o casal foi responsável pela morte da menina. Em entrevista à Folha Online no início do ano, o promotor Francisco Cembranelli disse acreditar que o casal seja condenado.


"Acredito que sim [devem ser condenados], por unanimidade até. É a ideia que eu tenho de que esse acervo probatório vai ser muito bem compreendido pelo júri, possibilitando aí sim uma condenação", afirmou.


Fonte: Fola Online







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