Os estudos realizados com células-tronco do cordão umbilical vêm trazendo resultados positivos e promissores em diversas áreas da medicina. Uma delas é o tratamento contra a leucemia, que é um tipo de câncer que afeta a produção das células de defesa do organismo, os chamados glóbulos brancos ou leucócitos.
O tratamento é praticamente igual ao convencional, uma vez que se faz necessária a quimioterapia e seus efeitos colaterais. A diferença é que após a quimioterapia, que tem como função “matar” as células tumorais, é feita a infusão das células-tronco, que farão a função das outras células.
Essa infusão é totalmente indolor, pois é feita por um cateter periférico na veia do paciente, como os acessos da soroterapia ou transfusão sanguínea.Em sua essência, o tratamento feito com as células-tronco do cordão umbilical é praticamente o mesmo que o feito com as células-tronco da medula óssea.
O que muda é que as do cordão umbilical são células que não tiveram contato com nenhum tipo de medicamento, estresse, poluição, doenças, entre outros, por este motivo é que são consideradas células “virgens” e jovens o contrário das células encontradas na medula óssea, pois possuem a mesma idade do doador.
Alguns profissionais são contra o uso autólogo e o armazenamento em bancos privados, sob a alegação que o material retirado do cordão umbilical do próprio paciente já pode conter traços genéticos da doença ou que o número de células coletadas é muito pequeno, podendo ser útil apenas para pacientes de até 50 kg. Entretanto o número de células e as necessidades para o tratamento variam de pessoa para pessoa e a questão do traço genético é questionável.
“Há coletas onde o número de células chegam a ser suficientes para tratar até dois pacientes de 100 kg, assim como há outras com um número para um paciente de 60 kg, isto é muito relativo. De qualquer forma 60 kg é o tratamento para uma criança, adolescente e até alguns adultos. Claro que desejamos que ninguém precise usá-las, mas mesmo que a possibilidade de uso seja pequena, é de uma vida que estamos falando”, afirma Dra.
Adriana Homem, médica responsável técnica do Banco de Cordão Umbilical, BCU Brasil. “O resultado das terapias com células-tronco do cordão umbilical tem se mostrado muito promissor, portanto podemos dizer que é uma das melhores formas de tratamento para a leucemia e, no Brasil, cinco pessoas que armazenaram as células-tronco do seu bebê já precisaram usá-las e o resultado foi ótimo”, garante a Dra. Adriana.
A importância de armazenar é tanta que hoje além dos bancos privados, há também os bancos públicos, ou seja, caso você não tenha condições de armazenar as células-tronco do seu bebê em um banco particular, que te dará total exclusividade quando ou se necessário, há a possibilidade de doá-las. Lembrando que a partir do momento que você fez a doação, caso precise para algum tratamento, terá que ficar na fila de espera até encontrar um doador que seja 100% compatível.
“O importante é que este material tão rico não seja jogado fora, pois há diversas pessoas que precisam e precisarão dele no futuro. É uma chance de vida que não podemos desperdiçar”, diz Dra. Adriana.
O número de células-tronco encontradas e retiradas do cordão umbilical depende de pessoa para pessoa, assim como as usadas no tratamento da leucemia. A coleta é feita na hora do parto e os enfermeiros tentam colher o máximo de células possível. Porém, qualquer chance de infusão de células-tronco do cordão umbilical já será muito benéfica e útil para o tratamento. Não desperdice este material genético tão importante.
Fonte: BCU Brasil