Em uma catedral lotada por milhares de jovens argentinos e religiosos, o papa Francisco, que deu uma benção aos seus compatriotas no início da tarde desta quinta (25), foi ovacionado e focou seus palavras no cuidado com os mais jovens e os idosos.
"Não se deixem excluir, cuidem dos extremos e não liquidifiquem [desmanchem, numa tradução mais livre do espanhol] a sua fé em Cristo", disse o papa, sob muitos aplausos.
O papa ressaltou que os mais velhos devem ser ouvidos e que os mais jovens são excluídos especialmente do mercado de trabalho, o que não lhes permite a "dignidade" que só o trabalho confere ao homem.
O papa disse ainda "obrigado por rezarem por mim". "Necessito de oração". O mesmo pedido foi repetido ao final da celebração, quando o pontífice abençoou uma cruz e uma imagem de Nossa Senhora --elas vão ser levadas para a Argentina e irão percorrer o país.
A jovem Belem Costa e suas 15 amigas vieram da cidade de Alberti, na Província de Buenos Aires (Argentina) com um objetivo: entregar uma bandeira da cidade na qual estavam escritos os "males" que afligiam ela e as amigas.
Foram uma das primeiras a entrarem na catedral. Sentarem-se ao lado das grades que isolavam o corredor pelo qual o papa passou. Ao fim da celebração, o papa recebeu a bandeira com os pedidos de bênçãos das meninas argentinas. "Uma amiga minha passou para uma pessoa que entregou a bandeira ao papa."
Todas choravam muito por conseguir atingir o objetivo. "Foi a maior emoção da minha vida", disse a jovem.
O papa chegou à Catedral Metropolitana do Rio de Janeiro, no Centro do Rio, após fazer um pronunciamento na favela de Varginha, no complexo de Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro, onde estimulou os jovens a lutarem por seus sonhos e não se apegarem apenas a bens materiais.
Filas enormes se formaram do lado de fora em diversos acessos à Catedral. A capacidade da igreja é de 20 mil pessoas em pé. O local estava praticamente lotado. Apenas dois bancos ainda estavam vagos.
Ao entrar na igreja, o papa saudou o público que estava lá fora, de 30 mil pessoas que esperavam sob a "chuva", segundo o pontífice.
Bandeiras e cantigas em espanhol marcaram a cerimônia. Para ter acesso à Catedral, é preciso apresentar documento de identidade ou passaporte argentino. Gritos de 'viva el Papa [Viva o papa!]" e "Esta és la juventud de papa" eram os mais repetidos durante todo o tempo que o papa esteve na catedral.
ESCOTEIROS
Silvia Molina integra um grupo de 100 escoteiros que veio de Buenos Aires. Ela lidera uma turma de 10 adolescentes e jovens. "Estamos muitos contentes de estar aqui. O papa é muito querido na Argentina. Quando era arcebispo, sempre foi muito amado pelo povo", disse.
O grupo irá junto a todos os eventos oficiais da Jornada no Rio. Já estiveram na missa de abertura na terça-feira e, da catedral, seguiram para Copacabana, onde o papa celebrará uma missa.
Fonte: Folhaonline