Após o resultado do desempenho da economia no primeiro trimestre deste ano, que cresceu 0,6% em relação aos últimos três meses do ano passado, o ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou que a pasta vai rever "certamente para baixo" a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que é a soma de todas as riquezas produzidas no País, de 2013.
Apesar de confirmar a redução na expectativa de crescimento, Mantega afirmou que a nova previsão não vai considerar apenas o primeiro trimestre de 2013. "Estávamos com uma previsão no orçamento de 3,5%, vamos rever esse número e certamente será para baixo. Mas não posso olhar só para o primeiro trimestre. Temos que lembrar que estamos no meio do segundo trimestre e os dados são muito bons, principalmente em abril", afirmou o ministro.
Mantega fez questão de destacar que o crescimento do PIB do primeiro trimestre deste ano foi sustentado basicamente pela agropecuária e pelo investimento, que registrou alta de 4,6% em relação aos três últimos meses de 2012. Segundo o ministro, o dado foi elogiado pela presidente Dilma Rousseff.
"A presidente ficou muito satisfeita com resultado do investimento, ele está aumentando. Isso significa um crescimento de qualidade e ela ficou satisfeita com esse resultado. Conseguimos despertar o investimento e essa trajetória veio pra ficar", disse Mantega.
Incentivos
O ministro da Fazenda afirmou que o governo não irá mais adotar medidas de estímulo ao consumo. Segundo ele, todo o incentivo ao consumo já foi dado e já surtiu o efeito esperado, que era o aumento do investimento. Entretanto, as medidas de desoneração da folha de pagamento devem continuar, já que o objetivo do governo é que os setores beneficiados façam investimentos.
"Não pretendemos estímulos ao consumo, ele tem que se recuperar a partir do dinamismo dos investimentos. Pelo contrário, no primeiro trimestre alguns estímulos foram retirados. Aumentamos algumas alíquotas de modo que o consumo não deverá ser o carro-chefe do crescimento da economia, queremos que seja o investimento, queremos que haja recuperação da indústria e isso está em curso. Os estímulos ao investimento estão todos em cima da mesa surtindo efeito e as empresas estão aumentando os investimentos", afirmou o ministro.
Segundo dados divulgados hoje pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o consumo teve alta de apenas 0,1% no primeiro trimestre. A agropecuária também sustentou o crescimento, com alta de 9,7%, enquanto a atividade industrial caiu 0,3%. "Começamos 2013 muito melhor que o ano passado, e se tivermos a mesma trajetória que tivemos em 2012 estaremos bem e poderemos atingir um crescimento satisfatório para o País", declarou.
Fonte: Terra