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Postada por: Jr Lopes dia 10/04/2013
Operação do Ministério Público de SP prende empreiteiros que agiam no MS
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A prisão de quatro empresários em Votuporanga (SP), três deles irmãos, revelou que uma empreiteira local estaria participando de desvio de recursos públicos, com “tentáculos” em Mato
Grosso do Sul.


A revelação ocorreu ontem (9), com a Operação Fratelli, da Polícia Federal (PF), em ação conjunta com promotores do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado (MPSP) e o Ministério Público Federal (MPF).


O esquema agia com fraudes em obras do Ministério do Turismo e do Ministério das Cidades. As obras eram de recape asfáltico, construção de praças, entre outras.


No Mato Grosso do Sul, informações publicadas no Diário Oficial do Estado revelam que pelo menos duas prefeitura contratam os serviços da Demop Participações, entre 2010 e 2011.


O contrato de maior valor foi assinado pelo então prefeito de Selvíria, José Dodo da Rocha, em 26 de agosto de 2.011. O valor do contrato foi de R$ 744.257,81, para obras de pavimentação
asfáltica com C.B.U.Q., galeria de águas pluviais e serviços complementares.


O contrato de menor valor foi assinado em 20 de janeiro de 2010 com a prefeitura de Água Clara, na gestão de Edvaldo Alves de Queiroz, para os mesmos serviços urbanos, no valor de R$
276.730,75.


No entanto, a simples assinatura dos contratos não prova que houve ilícitos à época. A comprovação só poderá ter sido feita caso os promotores do Ministério Público do MS incluam a Demop em suas investigações, que desbarataram um esquema fraudulento de emissão de carteiras de habilitação - a CNH. Ou que o fato seja apurado por São Paulo.


A empresa Demop pertence ao Grupo Scamatti, que está instalando uma unidade de produção de concreto, a Noromix, no município de Três Lagoas. Ao mesmo grupo pertencem jazidas de brita com capacidade para abranger toda a extensão da BR-158, de Selviria a Chapadão, informa o site do Grupo Scamatti, dos irmãos Olivio, Edson e Pedro, todos presos em Votuporanga. As jazidas pertencem à MGL Paranaíba - Mineração Grande Lagos.


Prisões e apreensões em São Paulo


A operação prendeu 13 pessoas preventivamente e fechou 20 prefeituras em cidades do noroeste paulista. Segundo o Ministério Público, a atuação dos suspeitos na região era focada
no município de Votuporanga (537 km de São Paulo).


De acordo com as investigações, as empresas que participavam do esquema começaram a agir em 2008. Todas as fraudes juntas resultam em R$1 bilhão em valores recebidos pelas obras.


"Percebemos que a quadrilha começava a lançar seus tentáculos para regiões do Mato Grosso do Sul, Minas Gerais e, possivelmente, até Goiás", declarou o procurador da República em Jales, Thiago Lacerda Nobre, que participa da ação.


A operação apreendeu mais de 20 mil folhas de documentos de licitações e convênios com indícios de irregularidades. Além disso, foram apreendidos R$ 250 mil em casas de empresários, além de 20 armas, algumas até de uso restrito.


Entre os detidos estão três prefeitos, três ex-prefeitos e quatro empresários de Votuporanga, três deles, irmãos que são donos de empreiteiras e investigados por abertura de empresas de fachada.


A ação faz parte de uma mobilização nacional contra a corrupção que envolve municípios de 12 Estados. Ao todo, 158 promotores e 1.300 policiais federais, rodoviários, civis e militares, além de servidores de tribunais de contas, da controladoria geral da união e receitas federal e estadual participam da operação, que constatou desvios de R$ 1,146 bilhão nas unidades federativas investigadas e prendeu 92 pessoas.


Fonte: Midiamaxnews







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