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Postada por: Andrey Vieira dia 27/09/2012
BC reduz para 1,6% previsão de alta do PIB
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O Banco Central informou nesta quinta-feira (27), por meio do relatório de inflação do terceiro trimestre, que a sua previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano recuou de 2,5% para 1,6%.
Essa é a segunda revisão para baixo deste indicador, que acontece em um ano marcado pelos efeitos da crise financeira internacional. No começo do ano, a estimativa de expansão estava em 3,5%. A nova estimativa do BC está abaixo do que acredita o Ministério da Fazenda (2% de expansão) e próxima da previsão do mercado financeiro (+1,57%).


Se confirmada a nova previsão do BC para este ano, será o valor mais baixo desde 2009, quando a economia brasileira sentiu os efeitos da primeira etapa da crise financeira. Naquele momento, houve uma queda de 0,3% no PIB. Em 2010, porém, o crescimento avançou 7,5% e, em 2011, cresceu 2,7%.


Aceleração nos próximos meses
A autoridade monetária informou ainda que sua expectativa de crescimento tem aceleração nos próximos meses. A estimativa do Banco Central para o crescimento do PIB em doze meses até junho do ano que vem é de 3,3% - acima, portanto, dos 1,6% estimados para este ano.


"A recuperação da atividade econômica doméstica tem se materializado de forma gradual, mas o ritmo de atividade tende a ser mais intenso neste semestre e no próximo ano. Nesse ambiente, a demanda doméstica será impactada pelos efeitos das ações de política recentemente implementadas [reduções de juros], que, de resto, são defasados e cumulativos", informou o BC no relatório de inflação.


Inflação
Ao mesmo tempo em que baixou sua estimativa para o crescimento da economia brasileira neste ano, o Banco Central também elevou sua previsão de inflação. Tendo por base o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), a expectativa de inflação da autoridade monetária para 2012 subiu de 4,7% para 5,2% em ambos os cenários (referência e mercado).


O chamado "cenário de referência", segundo a autoridade monetária, pressupõe juros e câmbio estáveis. Neste relatório de inflação, as projeções foram feitas, neste cenário, com juros constantes em R$ 7,5% ao ano (atual taxa básica de juros) e com câmbio inalterado em R$ 2,05 por dólar em todo horizonte da projeção. Já no cenário de mercado, as estimativas foram feitas com base na taxa de juros, e de câmbio, previstas pelos economistas dos bancos para o futuro.


Para 2013, a estimativa do Banco Central é de queda na inflação nos dois cenários considerados. No cenário de referência, a previsão para o IPCA de 2012 é de 4,9%. Já no cenário de mercado, que considera a hipótese de aumento de juros no decorrer do próximo ano, atingindo 8,25% ao ano no fechamento do ano que vem, a estimativa para a inflação é de 4,8%.
"O Copom avalia que o cenário prospectivo para a inflação, embora para o curto prazo tenha
sido negativamente impactado por choques de oferta associados a eventos climáticos, domésticos e externos, mantém sinais favoráveis em prazos mais longos", informou o BC, no relatório de inflação. Recentemente, o presidente da instituição, Alexandre Tombini, citou o aumento dos preços das "commodities" como fator que pressiona a inflação neste ano.
Decisões sobre a taxa de juros


Pelo sistema de metas de inflação, que vigora no Brasil, o BC tem de calibrar os juros para atingir as metas pré-estabelecidas, tendo por base o IPCA. Para 2012 e 2013, a meta central de inflação é de 4,5%, com um intervalo de tolerância de dois pontos percentuais para cima ou para baixo.


Deste modo, o IPCA pode ficar entre 2,5% e 6,5% sem que a meta seja formalmente descumprida. O BC busca trazer a inflação para o centro da meta de 4,5% neste ano, visto que, em 2011, a inflação ficou em 6,5% - no teto do sistema de metas.


Os números divulgados nesta quinta-feira pela autoridade monetária confirmam que o BC baixou os juros no mês passado, para 7,5% ao ano (menor patamar da história) mesmo prevendo um crescimento da inflação e subsequente distanciamento da meta central de 4,5% para este ano.


"O Copom ressalta que, no cenário central com que trabalha, a inflação tende a se deslocar na direção da trajetória de metas, de forma não linear", conclui a instituição.


Fonte: G1







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