Há mais de dois mil anos existiu uma fantástica criatura que não aceitava falcatruas, denunciava a exclusão social e não admitia que a religião fosse usada para interesses particulares, dentre suas atitudes, certa vez ao entrar no templo expulsou quem fazia comércio dentro dele. Essa criatura arrebanhava multidões e dava coragem aos oprimidos fazendo-os sair da opressão. Quem é esse ser genial que veio ao mundo para pregar o amor, não o amor angelical, mas que se transforma em caridade e leva seus seguidores ter coragem para denunciar aquilo que não é bom? Esse foi Jesus Cristo e quem o segue é chamado de cristãos.

Como cristão convicto penso que devo ser atuante na política, uma vez que a política relaciona-se com o ser humano. Infelizmente convivemos com cristãos que imaginam que política não compactua com o cristianismo.

De que vale ir à igreja e fechar os olhos para tantos políticos que sobrevivem da enganação e que tem seu capital prosperado com o dinheiro ilícito do mundo da política? Deus ama quem ajuda seu povo ser conscientizado, pois pela conscientização muitos, especialmente os pobres podem sair da submissão.
O cristão tem por obrigação estar ligado com a política. As Igrejas verdadeiras se preocupam com seus adeptos e lançam cartilhas para que o cristão eleitor saiba votar.

Dentre as Igrejas, destaco um documento da CNBB divulgando dez mandamentos do eleitor (comentei a esse respeito no artigo anterior). Política e religião, eis a questão, mas pela conscientização do povo haverá ou não avanços nos municípios nos próximos quatro anos.
No documento da CNBB a respeito do voto consciente, aparece, dentre os dez mandamentos, um que diz: “Não venda seu voto nem o troque por favores”. Existem muitos cristãos com essa atitude, inclusive esperam em suas casas o político para vender seu voto. Não devemos esquecer que isso além de ser crime eleitoral, torna-se trunfo dos politiqueiros que fazem da política sua forma de ganhar dinheiro fácil por meio da corrupção. Outro mandamento do documento, alerta para “conhecer o passado do candidato”. Esse aspecto é importante e faz muitos cristãos serem perseguidos em pleno século XXI: temos por obrigação desvendar o passado dos candidatos.

Portanto, o cristão comprometido com o Evangelho de Cristo, deve encarar a política como o ar que respira, uma vez que existem muitos seguidores de Cristo que são usados por politiqueiros e infelizmente isto os impedem de serem criaturas livres. Não devemos ter medo da verdade, nem do passado e nem da cara feia que os politiqueiros muitas vezes fazem! Cristo não foi bobo e seus seguidores precisam ter coragem e essa atitude não pode deve interpretada como quem destila ódio ou rancor, mas devemos entender que essa coragem nos leva a uma grande luta, como a bíblia nos apresenta: a luta do pequeno Davi e do gigante Golias. Como cristãos temos a obrigação de não deixar o povo continuar sendo enganado e usado por politiqueiros que fazem da política meio de vida! E, falta muito para sermos cristãos autênticos e legítimos seguidores de Cristo. Neste sentido sinto-me ainda engatinhando.

O verdadeiro cristão sabe que tudo se relaciona com a política e vai aprendendo que autoritarismo, ditadura, opressão, dedo na cara, calúnia e desprezo são fatores contrários ao cristianismo. Sejamos autênticos cristãos e a cada dia, seja em época de eleição ou não, façamos a política que sempre liberta o ser humano, portanto, nossa missão é gigantesca!

Texto: Professor Mestre Ciro José Toaldo

Fonte: Da redação