A economia brasileira cresceu 0,4% no segundo trimestre (de abril a junho) de 2012 em relação aos três primeiros meses de 2012, segundo informou nesta sexta-feira (31) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em valores correntes, a soma de todas as riquezas produzidas pela economia no período alcançou R$ 1,1 trilhão.
O resultado veio abaixo dos 0,5% esperados pelo mercado, mas em linha com a previsão do Banco Central, que esperava uma alta de 0,38%, de acordo com o Índice de Atividade Econômica do BC, o IBC-Br – um indicador criado pela autoridade monetária para tentar antecipar o resultado do PIB. Apesar do resultado fraco, o desempenho do PIB frente ao trimestre anterior foi o melhor desde abril a junho de 2011, quando crescera 0,6%.
No semestre, a economia brasileira cresceu 0,6% sobre o mesmo período do ano passado.
O IBGE revisou para baixo o desempenho do PIB dos três trimestres anteriores. No terceiro trimestre de 2011, a queda de 0,1% foi acentuada para 0,2%; no quarto trimestre do ano passado, o crescimento foi reduzido de 0,2% para 0,1%. Também foi revisado para baixo, de 0,2% para 0,1%, o crescimento do PIB no primeiro trimestre de 2012.
Previsões
O resultado divulgado pelo IBGE reforça a perspectiva do mercado de um crescimento modesto no ano. Segundo o boletim Focus, que reúne as expectativas dos analistas, a projeção é de um crescimento de 1,73% no ano.
O Banco Central é pouco mais otimista, projetando uma alta de 2,5%. Já a expectativa do Ministério do Planejamento confia em uma expansão de 3% na economia no ano, com o PIB alcançando um crescimento anualizado de cerca 4% no último trimestre, segundo o ministro da Fazenda, Guido Mantega.
Setores
Entre os setores analisados pelo IBGE, na comparação com o trimestre anterior, a maior alta foi registrada pela agropecuária, que teve crescimento de 4,9%. O setor de serviços também registrou avanço, porém mais leve, de 0,7%. Já a indústria recuou 2,5%.
No setor de serviços, tiveram destaque as atividades de intermediação financeira e seguros (1,8%), serviços de informação (1,0%), administração, saúde e educação pública (0,8%) e outros serviços (0,8%).
Único setor a registrar queda, a indústria mostrou baixa em três das quatro atividades pesquisadas, puxada pelo recuo de 2,5% da indústria de transformação, seguida por extrativa mineral (-2,3%) e pela construção civil (-0,7%). Em eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana, foi verificada alta de 1,6%.
Ainda na comparação com o trimestre anterior, pela ótica do gasto, foi visto avanço tanto nos gastos do governo (1,1%) quanto de consumo das famílias (0,6%). Na contramão, dentro da demanda interna, a formação bruta de capital fixo (que sinaliza os investimentos na economia) caiu 0,7% – dado que decepcionou os analistas, que esperavam alta no indicador. Quanto ao setor externo, as importações de bens e serviços avançaram 1,9% e as exportações recuaram 3,9%.
Fonte: G1