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Postada por: Jr Lopes dia 20/11/2009
Diretoria do Palmeiras tira peso do técnico Muricy Ramalho
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Se no São Paulo o técnico Muricy Ramalho se gabava de segurar atletas pressionados a deixar o clube, no episódio da briga entre os jogadores Obina e Maurício Santos, do Palmeiras, só coube a ele acatar a decisão tomada pela diretoria.


"Quando chegamos ao vestiário já tinha essa decisão tomada porque eles achavam que era necessária. A gente tem de acatar", disse o treinador, ainda no vestiário do estádio Olímpico, em Porto Alegre, palco da derrota por 2 a 0 para o Grêmio. Um pouco antes de Muricy conceder entrevista, o vice Gilberto Cipullo já deixara claro que a dispensa dos atletas fora "uma atitude tomada pela diretoria de futebol juntamente com a presidência".


O episódio reforça o racha existente entre Cipullo e Muricy. Conforme a reportagem apurou, o cartola já tentou demitir o ex-são-paulino no vestiário do Parque Antarctica após o empate com o Sport, no dia 11. Na sua entrevista, Cipullo foi questionado mais de uma vez se a punição fora decidida em conjunto com a comissão técnica. O dirigente reforçava, então, o peso da diretoria no caso. Apenas quando foi questionado se a decisão tinha o apoio de Muricy o cartola respondeu: "Total".


Apesar de ter deixado claro que não concordou com a troca de socos entre o zagueiro e o atacante no intervalo da partida, o técnico palmeirense também não escondeu o constrangimento ao explicar seu envolvimento mais distante no caso. "A diretoria ter tomado essa atitude... É difícil estar falando agora. É uma decisão dura."


Muricy também mostrou-se incomodado com o fato de os cardeais do clube terem demitido Obina e Maurício Santos no calor do acontecimento. "Eu acho que toda decisão mais complicada você tem de estar mais tranquilo, principalmente eu, como técnico", afirmou o tricampeão nacional.


Nas explicações do comandante, sobrou até para o presidente do clube, Luiz Gonzaga Belluzzo, suspenso por nove meses pelas ofensas proferidas contra Carlos Eugênio Simon e as acusações contra o tribunal.


Indagado se a tensão provocada pelo episódio de Belluzzo teria atingido o elenco, Muricy falou que não se pode perder a cabeça por conta de um erro. "Se o Simon nos prejudicou contra o Fluminense é uma desculpa para eu chegar aqui e não ter tranquilidade? Nós somos profissionais, você sabe que amanhã vai acontecer de novo um erro da arbitragem."


Com poucos meses de casa, Muricy começa a perceber que sua influência é menor em relação à que tinha no Morumbi. Lá, por diversas vezes, ele demonstrou força ao segurar atletas prestes a serem limados pelos dirigentes, como o meia Hugo e o centroavante Aloísio.


Diante do problema de contusões e suspensões que tiraram de combate alguns dos principais jogadores do grupo palmeirense na reta final do Brasileiro, o afastamento de Obina e Maurício Santos agrava ainda mais a situação. Para o confronto diante do Atlético-MG, no dia 29, o treinador não poderá contar com Pierre e Armero, que receberam o terceiro cartão amarelo no revés para os gremistas.


O clube ainda tenta recuperar a tempo de disputar os dois últimos jogos do ano o zagueiro Maurício Ramos e o meia Cleiton Xavier, machucados. "Temos de nos acalmar e ver qual elenco teremos para esses jogos finais", disse Muricy.


Fonte: Folha







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