Uma pesquisa divulgada nesta quinta-feira (19 de novembro) pelo Ministério da Saúde, a Saúde Brasil 2008, mostra que o brasileiro está ficando mais alto e que as mulheres cresceram, em 14 anos, quase o dobro do que os homens. Elas ganharam 3,3 cm entre 1989 e 2003, passando de uma média de 1,55 m no final da década de 80 para 1,58 m em meados dos anos 2000. No mesmo período, o “crescimento” dos homens foi de 1,9 cm – o tamanho médio deles foi de 1,7 m em 2003, contra 1,68 m em 1989. Ao mesmo tempo, o brasileiro ganhou peso.
Segundo o órgão, o perfil nutricional do país está mudando da “desnutrição” para o “sobrepeso” – e o aumento do risco de obesidade, principalmente entre os meninos com idades que vão de 10 a 19 anos, mostra isso. Esse grupo específico, diz o ministério, teve um crescimento de 82,2% do Índice de Massa Corporal (IMC) em 29 anos. O IMC faz uma relação entre peso e altura.
Mesmo assim, de acordo com o órgão, eles ainda estão abaixo do padrão de referência da Organização Mundial da Saúde (OMS). Entre as meninas da mesma idade, o aumento foi de 70,3%, mas há uma tendência à estabilidade.
No geral, entre 1974 e 2003, o IMC das mulheres aumentou 1,6 kg/m² e o dos homens, 2,2 kg/m². A pesquisa aponta que a média do IMC do brasileiro adulto está próxima dos 25 kg/m². A partir daí, a pessoa está com sobrepeso; acima de 30, é considerada obesa. Dados de 2008 apontam que 43,3% das pessoas com mais de 18 anos que moram em capitais estão com sobrepeso.
"O sobrepeso é um fator de risco pra diversas doenças crônicas. Aumenta risco pra doenças cardiovasculares e diversos tipos de câncer", afirma Deborah Malta, coordenadora-geral de Doenças e Agravs Não-transmissíveis do Ministério da Saúde.
De acordo com o ministério, isso se deve à redução da desnutrição, que caiu cerca de 50% entre 1996 e 2006, em crianças com menos de cinco anos. Isso provocou uma redução de 85% no déficit de altura nas meninas dessa idade e de 77% entre os meninos, no período de 1974 a 2007. Apesar disso, afirma o ministério, o ganho de altura ainda está abaixo do padrão mundial.
Caso mantenha o ritmo, diz a pesquisa, o Brasil pode reduzir a praticamente zero a taxa de desnutrição de jovens entre 10 e 15 anos.
Fonte: G1