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Postada por: Andrey Vieira dia 26/05/2012
Produtores de MS estão receosos com relação aos próximos vetos
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A prévia dos vetos da presidente Dilma Rousseff com relação ao Código Florestal anunciados nesta sexta-feira (25) deixam produtores rurais de Mato Grosso do Sul receosos com relação ao restante das alterações no projeto, que só serão divulgadas na próxima segunda-feira (28). Com base no que foi divulgado, os ruralistas dizem ter percebido que as mudanças tentarão agradar aos dois lados da discussão, o dos ambientalistas e o dos produtores.


“Ela falou muito pouco do que ela fez. Ainda está sem consistência do que vai sair nesta segunda. Mas os produtores ainda estão muito receosos pelo que vem pela frente. Ainda está zero a zero”, disse ao G1 o produtor Gerson Prata, dono de propriedades localizadas no Pantanal, onde as Áreas de Preservação Permanente (APP) são uma realidade por conta do grande número de rios existentes.


Segundo ele, os pequenos produtores foram beneficiados, principalmente no que diz respeito às medidas obrigatórias de proteção das APPs, que passam a variar conforme o tamanho das terras. “Como tudo é por tamanho, ela [Dilma] privilegiou o pequeno. O médio e o grande, que fazem o agronegócio funcionar, acabaram prejudicados. Se você tem mil hectares, pode perder até dez por cento da propriedade”, explica.


Na opinião de Prata, estava melhor do jeito que estava antes da análise da presidente, com cada estado definindo suas medidas. "Eu acho muito estipular a APP em até cem metros. Na conta dela, vai continuar a mesma coisa, só que ela tirou do grande para dar ao pequeno produtor”, diz o ruralista.


Ele afirma que cada região tem uma realidade diferente e por isso precisa ter recomendações específicas com relação a quantos metros da margem de rios, encostas e outras áreas consideradas vulneráveis. "Um estado é completamente diferente do outro", relata.


Mostrou a que veio
Proprietário de uma fazenda de mil hectares em São Gabriel do Oeste, a 133 km de Campo Grande, Júlio César Bortolini afirmou que o novo Código Florestal não veio pra proteger alguém, e sim para cumprir o que deve ser feito, sem defender algum lado. Ele comprou uma área de vegetação nativa de 200 hectares na região para compensar o desmatamento realizado em anos anteriores.


“É mais barato você comprar uma área nativa do que recompor uma área degradada. Pela lei que me amparou no passado, eu não teria obrigação de ter reserva legal. Hoje estou sendo penalizado a recompor esta reserva”, reclamou.


Um dos argumentos do governo para as mudanças no texto do Código Florestal é a inviabilização da anistia dos desmatadores. O produtor de São Gabriel defendeu a aplicação de multas em determinadas situações.


“Em alguns casos, as multas se justificam e servem de lição para a região e o estado, porque teve crime ambiental, teve gente que abusou e desmatou em área de preservação permanente. Entretanto, tem multas que são improcedentes. Mantendo a multa, ela [a presidente] deixou claro que quem errou vai pagar”, disse.


Fonte: G1/ MS







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