O Ministério da Fazenda baixou a sua previsão para o crescimento da economia brasileira neste ano de 4,5% para 4%, informou nesta terça-feira (22) o ministro Guido Mantega, na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal. A informação consta em uma apresentação do ministro, divulgada na audiência pública.
No discurso, porém, Mantega tem dito apenas que a taxa será superior ao registrado no ano passado (+2,7%). "Temos condições para, em 2012, termos um crescimento maior [do que em 2011]", disse ele no Congresso Nacional.
A redução da estimativa de crescimento deste ano acontece dias após o próprio governo ter mantido, no relatório de receitas e despesas do orçamento de 2012, em 4,5% a estimativa de expansão do Produto Interno Bruto (PIB) deste ano.
A prévia do PIB divulgada pelo BC indica um crescimento de 0,15% no primeiro trimestre deste ano, frente aos três útlimos meses de 2011, com desaceleração no começo deste ano. O mercado financeiro estima um crescimento de 3,1% para 2012 e o BC de 3,5%.
Impacto da crise
Citando um estudo do Fundo Monetário Internacional (FMI), Mantega disse, porém, que o Brasil é um dos países que menos sentiria um agravamento maior da atual crise financeira internacional.
Segundo ele, a consequência de uma piora da crise, para o Brasil, seria o impacto de um ponto percentual a menos no Produto Interno Bruto (PIB), enquanto que, no caso de alguns países da Europa e da África, seria de três pontos percentuais.
Para o Reino Unido, disse Mantega, o impacto seria de 2 a 3 pontos percentuais de queda no PIB, sendo que a Rússia e o Canadá, por exemplo, perderiam de 1 ponto a 2 pontos de crescimento.
"Tendo em vista esse cenário mais adverso, quais são os desafios principais que temos para 2012, temos o desafio de acelerar o crescimento em um cenário mundial adverso. Não é algo trivial e automático", disse Mantega na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado Federal.
Segundo ele, o aumento do crescimento passa pela dinamização dos investimentos, em manter um "mercado interno forte", pela solidez fiscal e pelo controle da inflação. Mantega também disse que é preciso "manter o câmbio favorável" e "ampliar o crédito e reduzir as taxas de juros do sistema financeiro". "É preciso continua reduzindo o custo financeiro no Brasil, e continuar reformas do sistema tributário, orientado pela desoneração", concluiu ele.
Fonte: G1