Os bancos privados subiram algumas das tarifas de serviços mais usados pelos consumidores após anunciarem as reduções nas taxas de juros para empréstimos.
Levantamento feito com dados do Banco Central comparando as tarifas cobradas em 2 de abril e em 14 de maio, após os cortes nos juros, mostra que as tarifas cobradas para saques de conta corrente e poupança (feitos no guichê além do mínimo permitido gratuitamente) subiram 11,88%.
Os extratos mensais feitos no caixa ou por outras formas de atendimento pessoal (após o mínimo oferecido gratuitamente) tiveram alta de 14,21% na média.
A tarifa que mais aumentou foi a cobrada para venda de cheque de viagem ou emissão de cartão pré-pago em moeda estrangeira. A tarifa mais que dobrou: passou de R$ 21,2 para R$ 42,67 (aumento de 101,27%). Somadas todas as tarifas, o aumento médio foi de 1,56%.
Segundo a Pro Teste, os bancos condicionam a oferta dos juros menores no crédito à adesão a um pacote com tarifas mais elevadas. "A diferença de tarifa mensal no empréstimo pode dar um valor expressivo, em alguns casos até tornar o empréstimo mais caro do que nas condições anteriores", aponta Verônica Dutt-Ross, economista da associação.
A Pro Teste aponta ainda que os reajustes em serviços muito utilizados pelos clientes é suficiente para gerar um aumento de receita considerável. Segundo a Febraban, no ano passado, quase todas as tarifas sofreram reajuste médio abaixo da inflação, de 6,5%.
O Santander diz que não alterou as tarifas de seus produtos e que comunica previamente ao cliente qualquer mudança. HSBC, Itaú e Bradesco não comentaram.
Fonte: Folhaonline