A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) reunirá nesta segunda-feira (16), em São Gabriel do Oeste, distante 140 quilômetros da Capital, pesquisadores e técnicos do setor agropecuário do país para debater o tratamento dos dejetos da suinocultura. Mato Grosso do Sul é um dos grandes produtores de carne suína do Brasil.
O seminário “Aproveitamento múltiplo da biodigestão na agroindústria e cidades” dará início no Estado a um projeto-piloto que analisará a eficiência do sistema de tratamento ambiental com biodigestores, as conseqüências do uso repetitivo da água que sobra para fertilizar as lavouras e o impacto desses dejetos sobre a água no lençol freático e nos rios da região.
A ideia é que, a partir do encontro, sejam definidas as estratégias e as diretrizes para tornar a biodigestão uma tecnologia amplamente divulgada e utilizada em todo o país. Segundo o pesquisador Ivan Bergier, da Embrapa Pantanal, a biodigestão reduz o impacto do efeito estufa, além de aumentar a sustentabilidade da agricultura brasileira e a geração de energia limpa e renovável.
Supervisor do programa no Ministério da Ciência e Tecnologia, Eduardo Soriano afirma que serão investidos cerca de R$ 3,5 milhões no desenvolvimento das ações. As articulações políticas em Brasília estão sendo conduzidas pelo deputado federal Waldemir Moka (PMDB). “Os recursos necessários para desenvolver 100% do projeto estão garantidos”, informa Moka, que participará da abertura do encontro.
São Gabriel do Oeste foi escolhido para desenvolver a ideia por ser um dos maiores produtores de carne suína do Brasil. O município, segundo Soriano, vem buscando soluções inteligentes para tornar sustentável a cadeia produtiva agropecuária. "É um prêmio a quem está encarando a questão ambiental com grande responsabilidade", acrescenta.
A região de São Gabriel do Oeste onde se desenvolve a suinocultura está situada sobre o Aquífero Guarani, o maior manancial de água doce subterrâneo do mundo. "A ideia do projeto é demonstrar para a sociedade que é possível criar suínos para produção em larga escala sem contaminar o solo", destaca o chefe da Embrapa Pantanal, José Aníbal Comastri Filho. "Essa programa irá chamar a atenção do mundo por conseguir unir, de forma responsável, aspectos econômicos e ambientais".
Participam também do projeto a Universidade Federal de Mato Grosso do Sul e a Universidade Católica Dom Bosco.
Fonte: Assessoria