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Postada por: Andrey Vieira dia 23/04/2012
Candidatos apostam na internet para ganhar eleitor
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Políticos usam o Twitter frequentemente (Foto: Reprodução)


A decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) de multar em R$ 5 mil o político Índio da Costa (ex-candidato a vice-presidente da República em 2010) por pedir votos ao companheiro de partido José Serra no Twitter assustou muita gente. Afinal, as redes sociais têm uma força e alcance inimagináveis e multar alguém por usá-las é perigoso. O senador Delcídio do Amaral (PT) comentou que era um “cancelamento de tudo o que conquistamos desde a ditadura militar”.


Mas não é esse o propósito da multa aplicada pelo TSE. O advogado constitucionalista André Borges, ex-juiz eleitoral, argumenta que a decisão visa somente estabelecer as regras já firmadas para adesivos, propagandas de tv, discursos, ou seja, o pré-candidato é livre para falar o que quiser, desde que não seja “vote em mim”.


O forte das redes sociais é a livre troca de informação e isso não está proibido. O Facebook e o Twitter funcionam como uma espécie de telefone, que permite conversas, cobranças, críticas e elogios, que na maioria das vezes são lidos pelos próprios políticos. O deputado federal Vander Loubet (pt) revela que muitas das pessoas com quem ele interage no Facebook (são quase 200 por dia, segundo o parlamentar) não acredita que seja ele próprio respondendo as perguntas.


As redes sociais chegam na política e candidatos apostam na internet para ganhar eleitor


O jornalista e ex-senador Antônio João Hugo Rodrigues, pré-candidato à Prefeitura de Campo Grande (MS) e presidente regional do PSD, acredita que a internet pode funcionar como um palanque, tanto para os políticos divulgarem suas propostas e ouvirem seus eleitores, como para que a população proteste, se organize, reivindique.


Antônio João acredita que, embora ainda não seja possível mensurar a infuência das redes sociais no resultado das urnas, o desfecho das eleições tem tudo para ser decidido online. "Veja a campanha do Barack Obama à presidência dos Estados Unidos. A maior parte da campanha dele foi feita pela internet. E olhe onde ele está agora", exemplifica ele.


Jovens


A grande maioria da “população” online é formada por jovens. E os candidatos estão de olho nisso. O vereador Paulo Siufi (PMDB), presidente da Câmara Municipal de Campo Grande. percebe que eles estão voltando a se interessar pela política, já que estão sendo ouvidos. Nas redes sociais, a juventude consegue encontrar pessoas com pensamentos e ideais semelhantes, e isso engrossa o clamor por mudanças. Os exemplos estão em todo lugar: o movimento para o Ficha Limpa, as marchas contra a corrupção...


Desde as Diretas Já a população jovem havia se distanciado da política, pois estava em território estranho. Os jovens eram considerados intrusos. Agora, a situação se inverteu. São os governantes que estão pedindo licença e entrando na casa deles, em seus computadores, celulares, tablets. Assim, a juventude se sentiu confortável para voltar a batalhar pelo direito de ser ouvida. E lida.


Fonte: Correio do Estado







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