A deputada federal, Irini Lopes (PT-ES), membro da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Federal, disse que o resultado de exame para identificação do corpo encontrado em um rio de Paranhos só ficará pronto na semana que vem.

Existe a suspeita de que o corpo seja do professor indígena Genivaldo Verá, depois que ele desapareceu do município juntamente com o outro professor que é também indígena. O pai de Genivaldo identificou o filho por foto, mas ainda é necessário o resultado dos exames.

A deputada se reuniu hoje com o superintendente da PF (Polícia Federal) em Mato Grosso do Sul, José Rita Martins Lara, que está à frente da investigação sobre o caso. De acordo com a parlamentar, o superintende disse que todos os esforços estão sendo feitos para mediar as negociações aqui no Estado.

Irini Lopes afirmou que a situação em virtude dos confrontos entre indígenas e fazendeiros no Estado é critica e defende a vinda o quanto antes dos representantes da Comissão dos Direitos Humanos da Câmara Federal. “Acho que é uma situação delicada. Vou apresentar meu relatório ao presidente da Comissão dos Direitos Humanos [deputado federal Luiz Couto (PT-PB)] para que ele defina uma data para a vinda da comissão para o Estado. Isso tem que ser o mais rápido possível”, ressaltou a deputado informando que a visita deve ocorrer ainda este ano.

Segundo a parlamentar, é necessária a manutenção das negociações entre os indígenas e fazendeiros para que não haja outros conflitos. “A comissão deverá se reunir com o governo do Estado, representantes dos indígenas e dos fazendeiros, com os o membros da Comissão dos Direitos Humanos e também com o Ministério Público Federal”.

O deputado estadual Pedro Kemp (PT), que também participou da reunião na Polícia Federal, entregou à parlamentar um dossiê sobre a questão indígena. Os produtores rurais da região negam que tenha havido contratação de seguranças armados no dia em que os professores desapareceram.

Conflito

Em Paranhos, a PF investiga a suspeita de que dois professores indígenas foram assassinados e vítimas de pistolagem. O corpo, que seria de Genivaldo Verá, foi encontrado em um córrego do município. O pai dele identificou o filho por foto, mas o Instituto de Criminalística faz o confronto das digitais e do material genético com o coletado dos pais da vítima pela PF.

O primo, Rolindo Verá continua desaparecido. Eles foram expulsos junto com outros 16 índios da Fazenda São Luiz na madrugada de 2 de novembro e desde então estavam sumidos.

Desde que o caso tornou-se público é a primeira parlamentar em âmbito federal a se posicionar sobre o risco de confronto por conta da disputa da terra no Estado.

Fonte: Midiamaxnews