Dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira (16) pelo Ministério do Trabalho mostram que foram criados 150.600 empregos com carteira assinada em fevereiro deste ano, o que representa queda 56,6% frente ao mesmo mês do ano passado, quando foram abertas 347.070 vagas formais.
Este é o pior fevereiro desde 2009, quando foram criadas 47.807 vagas formais, segundo os dados do Caged. A série de pesquisa do Caged começou em 1992. Em 2010, foram criadas 258.475 empregos com carteira.
Esse é o segundo mês consecutivo de queda no crescimento. Em janeiro, foram criados 118.895 empregos com carteira assinada, uma queda de 21,82% frente ao mesmo mês do ano passado, quando foram abertas 152.091 de vagas formais.
No acumulado do ano, o crescimento do emprego ficou em 0,78%, representando um incremento de 293.987 postos de trabalho. O montante de empregos gerados nos últimos 12 meses foi de 1.724.817 postos, alta de 4,73% no contingente de assalariados com carteira assinada do país.
"Esse resultado dá continuidade à trajetória de expansão do emprego, embora assinale redução no ritmo de crescimento quando comparado com os saldos dos mesmos meses dos dois anos anteriores", afirma o relatório.
Segundo o Ministério do Trabalho, o setor de serviços gerou a maior parte dos novos postos, com a abertura de 93.170 do total de 150.600 vagas. Outro destaque foi a indústria da transformação, que criou quase 20 mil vagas, a terceira maior geração de empregos em fevereiro dentre os oito setores de atividade econômica.
"Estamos mantendo um ritmo de expansão gradual, mas o importante é que, a cada mês, aumentamos a inserção de trabalhadores no mercado de trabalho”, afirmou, em nota, o ministro interino do Trabalho e Emprego, Paulo Roberto Pinto.
Dos 150.600 postos de trabalho abertos no mês de fevereiro, 81.801 foram preenchidos por homens e 68.799 por mulheres.
Setor de serviços
O crescimento em serviços foi impulsionado pelo ensino, que com o início do período escolar, criou 41.062 ocupações, número recorde para o mês.
Os serviços de comércio e administração de imóveis geraram 19.845 postos, enquanto alojamento e alimentação criaram 16.741 postos. Por sua vez, os serviços médicos e odontológicos foram responsáveis pela criação de 8.071 postos.
Os transportes e comunicações disponibilizaram 6.787 postos. Instituições financeiras colocaram à disposição do trabalhador brasileiro 664 postos.
Construção Civil e indústria
O setor de consrução civil criou 27.811 empregos com carteira e registrou crescimento de 0,95% em relação a janeiro. A administração pública respondeu pela criação de 14.694 postos.
A indústria de transformação foi responsável pela criação de 19.609 postos de trabalho e cresceu 0,24% no mesmo período e obteve a terceira maior geração de empregos para o mês, dentre os oito setores de atividade econômica. O desempenho positivo do setor é atribuído à elevação do emprego em onze dos doze segmentos: calçados (5.562 postos), borracha, fumo e couros (4.933 postos), química (2.601), têxtil (2.256 postos), metalúrgica (2.132 postos).
O único ramo industrial que apresentou declínio no nível do emprego formal foi a Indústria de Papel e Papelão, com perda de 362 postos.
Comércio e agricultura
Os setores do comércio e da agricultura apresentaram resultados negativos em relação à janeiro. O primeiro perdeu 6.645 postos, enquanto o segundo perdeu 425 postos.
Segundo o ministério, a queda na agricultura foi proveniente da interação entre movimentos negativos e positivos em seus ramos de atividade: Enquanto o cultivo de laranja perdeu 9.290 postos de trabalho e as atividades de apoio à agricultura 1.698, o cultivo de cana de açúcar ganhou mais 8.558 o cultivo de soja ganhou mais 2.703 postos de trabalho com carteira assinada.
Emprego por regiões do país
A região Sudeste registrou o maior crescimento, com abertura de 93.266 novos postos; na Sul foram 39.522 vagas; na Centro-Oeste 23.457 e na Norte, 3.965. A exceção foi a região Nordeste, que por motivos sazonais, ligados às atividades sucroalcooleiros, apresentou queda de 9.610 postos.
O estado que gerou mais empregos foi São Paulo, com 55.754 vagas, seguido por Minas Gerais, com 21.031.
Fonte: G1