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Postada por: Jr Lopes dia 05/02/2012
Salvador já tem 82 mortes durante a greve da PM
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Policiais do exército estão em Salvador na tentativa de garantir a segurança da população (Foto: Agência A Tarde)


Desde que a greve começou, no dia 31 de janeiro, foram registrados 82 homicídios em Salvador e Região Metropolitana, de acordo com boletins da Superintendência de Telecomunicações das Polícias (Stelecom). Neste domingo foram treze assassinatos até as 15h. O clima continua tenso na capital baiana devido ao movimento com tropas das Forças Armadas e da Força Nacional patrulhando as ruas de Salvador.


O presidente do Sindicato dos Estabelecimentos de Ensino do Estado da Bahia (Sinep - BA), Natálio Dantas, confirmou que emitiu recomendação para que as escolas particulares da Bahia só voltem às aulas após o fim do motim de policiais militares. São cerca de 450 escolas da rede privada no Estado.


O grupo educacional que reúne os colégios São Paulo, Anchieta e as unidades Anchietinhas confirmou que acatará a recomendação da entidade, suspendendo as atividades nesta segunda-feira.


- Os pais devem usar o nosso site como canal de comunicação. Nossa preocupação é a segurança dos alunos durante o trânsito deles - afirmou Antônio Bamberg, diretor técnico e pedagógico das escolas que somam 4,5 mil estudantes na capital baiana.


Por outro lado, cerca de um milhão de estudantes e 40,06 mil professores da rede pública estadual de ensino voltarão às aulas, nessa segunda, em meio a cenário conturbado da segurança pública no Estado da Bahia, devido à paralisação de parte de efetivo de 32 mil policiais militares.O secretário estadual da Segurança Pública, Maurício Teles Barbosa, garantiu que o retorno escolar ocorrerá normalmente, com presença de homens do Exército e de policiais militares não-amotinados.


Mesmo diante da chegada progressiva de homens das forças Armadas e Nacional de Segurança Pública, docentes estão receosos pela integridade física deles e dos alunos, segundo relato da vice-coordenadora do Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado da Bahia (APLB-Sindicato), Marilene Betros. "Temos preocupação com os alunos. A onda dos boatos pode se transformar em algo muito complexo. Como os estudantes vão voltar às aulas neste clima?”, indagou Marilene.


O secretário não informou quantos homens vão atuar na segurança dos colégios estaduais.


- Há um centro de operações à disposição das forças e o gabinete emergencial já está funcionando. Temos uma parcela ínfima de grevistas, bem menor que o número do início - disse.


A estimativa inicial do governo foi a de que um terço (pouco mais de 10 mil policiais) do total de PMs havia parado. Sem dar detalhes da distribuição do efetivo pela capital e interior, o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas, general José Nardi, afirmou que mais de três mil homens estão na Bahia, “a maior massa” já empregada nessas operações.

 

A principal liderança da greve, o presidente da Associação dos Policiais, Bombeiros e dos seus Familiares do Estado Bahia (Aspra), Marco Prisco, foi acompanhado por uma enfermeira neste domingo, após passar mal na noite do último sábado. Prisco, que sofre de problemas cardíacos, diz que precisou tomar medicação intravenosa no sábado por ficar três dias sem se tratar devido a sua participação no movimento grevista da Polícia Militar (PM).


Na manhã deste domingo, ele disse que passava bem, mas ainda passa a maior parte do tempo recluso em uma sala da Assembleia Legislativa da Bahia, onde os grevistas estão acampados. O sindicalista sai apenas para atender a imprensa e falar com os participantes do movimento, mas sempre utilizando colete a prova de bala.


Fonte: O Globo







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