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Postada por: Jr Lopes dia 05/11/2009
Produtor nega que tenha contratado seguranças para retirar índios
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O filho do dono da Fazenda São Luiz, ocupada por um grupo indígena da aldeia guarani Pirajuí, na cidade de Paranhos (MS) no último final de semana, negou ontem (4) que a família tenha contratado seguranças para retirar da propriedade os 18 índios que reivindicam a terra como área tradicional onde viveram seus antepassados.


“Isso é um absurdo. Sequer sabíamos que os índios estavam lá”, disse o comerciante e pecuarista Firmino Aurélio Escobar Filho à Agência Brasil, por telefone. Segundo ele, sua família não mora na propriedade e, no dia da suposta desocupação, estava em Ponta Porã (MS). De acordo com Escobar, na fazenda mora apenas um casal que ajuda na criação de gado e os arrendatários que usam parte da terra para o plantio de soja.


“Não posso falar nada sobre o que se passou porque não estava lá. Estive na fazenda na segunda-feira e não vi nada de estranho. Não sei o que pode ter acontecido lá, até porque sabemos menos que a imprensa”, declarou Escobar, alegando que a fazenda é extensa . "Ela tem em torno de 1,6 mil hectares." Ainda segundo ele, o ponto onde os índios “dizem ter estado” fica distante tanto da sede da fazenda - cerca de 12 quilômetros - quanto da área arrendada.


“Estamos naquela área há quatro gerações. Aquilo foi do avô do meu pai, que tem 77 anos e nasceu ali. Nunca antes tivemos problemas com índios ou sem-terra e também nunca tivemos uma arma na propriedade. Agora ficam inventando histórias”, afirmou o comerciante.


De acordo com Escobar, o casal de funcionários da fazenda está assustado com a agitação nas proximidades da fazenda. Ontem, ele foi a Dourados pedir orientação à Receita Federal, cujos funcionários o aconselharam a procurar, a Polícia Federal em Naviraí. Questionado pela reportagem por que não foi à fazenda, onde duas equipes da PF buscam indícios de dois índios que os guarani dizem terem sumido durante a desocupação da propriedade, no sábado (31), Escobar disse ter receio. “Os próprios funcionários estão com medo e nós receosos”.


Fonte: Agência Brasil







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