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Postada por: Andrey Vieira dia 14/12/2011
Ministério Público investiga denúncia de negligência em hospital de MS
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O Ministério Público Federal de Mato Grosso do Sul (MPF) investiga uma denúncia de negligência médica sofrida por uma paciente do Hospital Universitário da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS). A paciente, a costureira Zenice Pereira, de 45 anos, morreu no dia 27 de novembro, após uma cirurgia para retirar o útero. Segundo a família, Zenice não recebeu tratamento adequado.


Parentes da paciente se reuniram com representantes do MPF nesta terça-feira (13). A denúncia foi formalizada e, segundo a assessoria de imprensa do órgão, o primeiro passo será a análise do prontuário de Zenice, que ainda não foi liberado pelo hospital.


A assessoria da UFMS informou ao G1 que só vai se manifestar quando a instituição receber uma notificação formal do MPF a respeito da investigação.


A assessoria do MPF afirma que o procurador Regional dos Direitos Humanos, Felipe Fritz Braga, já entrou em contato com o hospital e pediu uma uma cópia do prontuário médico da paciente.


O caso
De acordo com a família, a costureira foi internada no dia 24 de novembro após a descoberta de um mioma no útero. Depois de vários exames, foi marcada cirurgia para a retirada do órgão. No primeiro dia após a operação, a paciente começou a sentir dores no abdômen e apresentou secreções no local dos pontos.


Os parentes alegam ter acionado por diversas vezes a equipe médica e sempre recebiam a resposta que o quadro clínico da paciente estava normal. Segundo familiares, a equipe de enfermagem chegou a sugerir que a costureira se levantasse da cama e caminhasse para amenizar a dor. Segundo relato dos familiares, mulher chorava de dor e não conseguia sentar-se na maca.


No terceiro dia após o procedimento, Zenice passou mal. Uma das filhas, que estava como acompanhante, disse que saiu pelos corredores gritando por ajuda e que nenhum dos funcionários atendia ao chamado. Um dos enfermeiros foi até a enfermaria, aferiu a pressão da paciente e acionou a equipe médica.


A filha da costureira foi retirada do local e, em seguida, comunicada da morte da mãe. Os parentes acreditam que se a mulher tivesse recebido mais atenção, o óbito poderia ter sido evitado.


O presidente do Conselho Regional de Medicina de Mato Grosso do Sul (CRM), Juberty Antônio Souza, disse ao G1 que toda denúncia de erro médico é investigada pelo conselho. “Nós pedimos explicações aos médicos responsáveis, abrimos a sindicância e damos prosseguimento a um processo semelhante a um inquérito policial”, afirma.


De acordo com o presidente da Associação de Erros Médicos de Mato Grosso do Sul, Waldemar Moraes, já registrou 414 denúncias e processos de famílias envolvidas em procedimentos de suposto erro médico desde a criação da entidade, em junho de 2007.


Fonte: G1/ MS







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