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Postada por: Andrey Vieira dia 01/11/2009
Governo de MS quer vender “plástico verde” à China
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A visita de dez dias do governador André Puccinelli (PMDB) à China pode trazer bons resultados comerciais ao Estado, principalmente em relação aos subprodutos da cana-de-açúcar.


Em Shanghai, o jantar com os executivos da BBCA Group animou o governador. Trata-se de uma empresa científica de tecnologia da indústria chinesa, que atua em bioquímica, bioenergia e biofarmacêutica, investindo em pesquisa e inovação de alta tecnologia. É hoje a maior empresa de transformação técnica da agricultura.


Segundo Puccinelli, o grupo ficou muito interessado em extrair polietileno da cana-de-açúcar, o chamado “plástico verde” ou biopolietileno.


Esse material é resultado de um processo de polimerização equivalente aos processos tradicionais, tendo como diferencial a obtenção do eteno, produzido por desidratação do etanol da cana-de-açúcar.


O polietileno é o plástico mais utilizado no mundo e seu maior consumidor são as indústrias de embalagem para alimentos, de produtos de limpeza, de produtos para higiene pessoal, automobilística e de brinquedos.


A principal vantagem que o plástico verde traz para a sua cadeia de valor é oferecer uma solução sustentável com todas as vantagens de processo do plástico mais usado mundialmente (o polietileno).


Ou seja, além de ser de fonte renovável, de capturar e fixar CO2 da atmosfera e de ser reciclável, o biopolietileno não causa nenhuma perda de produtividade nos processos seguintes da cadeia produtiva.


Como Mato Grosso do Sul se encaminha para a posição de segundo maior produtor nacional de etanol (21 usinas funcionando atualmente e mais 6 em montagem), esse é o tipo de negócio que fortalece a cadeia produtiva da cana e agrega valor ao produto, gerando empregos e atraindo novas tecnologias ao Estado.


Os membros da China Promoções e Associação para a Ciência, Tecnologia e Finanças anunciaram durante a reunião com o governador que vão incluir Mato Grosso do Sul no roteiro da visita ao Brasil programada para dezembro deste ano.


A fartura de terras, a proximidade dos grandes centros, como São Paulo e Rio, e os incentivos fiscais oferecidos por Puccinelli para novos empreendimentos, atraíram a atenção dos chineses.


A China é a terceira maior economia mundial e deve se tornar a segunda dentro dos próximos 12 meses, ultrapassando o Japão.


O país é o maior parceiro comercial do Brasil e o maior importador de Mato Grosso do Sul (soja e ferro).


Poupa 50% do PIB (Produto Interno Bruto), ou seja, possui enorme capacidade de investimentos e estão em busca de novos mercados desde que a crise abalou a economia americana.


Irmandade – Com esta visão é que o governador André Puccinelli visitou as cidades de Beijing, Nanshang, Xinyu e Sanghai.


Foi um primeiro contato de apresentação e de abertura de portas, mas que já rendeu ações concretas, como a assinatura do termo de irmandade com a província de Jiangxi.


O estado chinês possui 166 mil quilômetros quadrados (metade da área de Mato Grosso do Sul), população de 43 milhões de habitantes e alto desenvolvimento industrial e tecnológico.


Nesta província, o governador visitou siderúrgicas, montadoras de veículos e tratores, empresas de alta tecnologia na área de energia solar e participou de simpósio com empreendedores e membros de universidades.


Segundo Puccinelli, ficou evidente nestes encontros que a língua é uma grande barreira, pois há poucas pessoas fluentes em português e mandarim.


O estabelecimento de intercâmbio entre as universidades de Mato Grosso do Sul e as de Jiangxi foi um primeiro entendimento que evoluiu, conforme o governador.


Parceiro – A China tornou-se principal parceiro comercial do Brasil no primeiro semestre de 2009, tendo a corrente de comércio bilateral alcançado valor de US$ 17,2 bilhões. Trata-se de um crescimento de 5,3% frente ao mesmo período de 2008.


Revertendo tendência de anos anteriores, o Brasil obteve superávit de US$ 3,7 bilhões no comércio com o parceiro asiático, contra déficit de US$ 1,5 bilhão no primeiro semestre de 2008.


Este resultado positivo pode ser creditado tanto à forte retração das importações advindas da China - 24,4% inferiores ao mesmo período do ano anterior - quanto ao crescimento acelerado das exportações, que registraram expansão anual de 41,1%.


Dentre os principais destinos das exportações brasileiras, a China foi o único para o qual vendas aumentaram, em razão de volumosas vendas de soja e minério de ferro, que dominaram pauta exportadora para o parceiro asiático.


Fonte: Campo Grande News







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