Falta de recursos e deficiência dos programas têm sido os principais obstáculos para a permanência dos acadêmicos indígenas nas universidades. Com população indígena estimada em 60 mil pessoas, Mato Grosso do Sul tem atualmente cerca de 700 índios cursando o ensino superior, em maioria nas universidades particulares no Estado.
A Assembleia Legislativa, por iniciativa do deputado Pedro Kemp (PT), promoverá debate na sexta-feira (11) às 13h30 com os acadêmicos indígenas e a Rede Saberes, que apoia a permanência de indígenas no ensino superior, atuando com recursos da Fundação Ford, por meio de parceria entre a Universidade Católica Dom Bosco (UCDB), Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul (UEMS), Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD) e Universidade Federal de Mato Grosso do Sul campus de Aquidauana (UFMS) e acadêmicos de outras universidades.
Também foram convidados o Secretário de Educação Superior do ME, Luiz Cláudio Costa, representantes da Funai (Fundação Nacional do Índio), do CNPq (Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico ), da SED (Secretaria de Estado de Educação), Setas (Secretaria de Estado de Trabalho e Assistência Social), MPF (Ministério Público Federal) e da Comissão de Educação da Câmara dos Deputados.
Para as etnias Terena, Guarani e Kaiowá a graduação foi a forma encontrada para transformar a realidade das aldeias e criar perspectivas positivas para os índios que vivem em território sul-mato-grossense.
Edmara Antônio Miguel é um exemplo. Acadêmica na UEMS(Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul), a indígena da aldeia Cachoeirinha, Miranda, abandonou o curso de Ciências da Computação após várias tentativas de conquistar uma bolsa de estudos. “Chegamos a receber a notícia de que receberíamos a bolsa, mas durante um semestre a bolsa só veio uma vez e assim passamos a ser sustentados pela família”, esclarece.
A estudante lamenta ter que interromper os estudos, mas explica que a decisão foi motivada pelas inúmeras dificuldades enfrentadas durante um semestre na universidade. “Realmente foi muito difícil para nós. A gente corria atrás para conseguir bolsa, transporte, mas não tivemos acesso a nada”, afirma.
Fonte: Midiamax