O procurador federal Oscar Costa Filho, do Ministério Público Federal no Ceará, afirmou na manhã desta terça-feira (1º) que vai entrar com requerimento pedindo que a decisão de anular questões do Enem se estenda à questão 25 do caderno amarelo, que é similar a 11, do caderno de Ciências Humanas distribuído na escola Christus, de Fortaleza. Nesta segunda-feira (31), a Justiça Federal no Ceará já decidiu anular 13 questões do Enem antecipadas pelo colégio, aceitar pedido do Ministério Público. Se o novo pedido do procurador for aceito, sobe para 14 o número de questões anuladas.
O Ministério Público Federal do Ceará (MPF-CE) havia entrado da tarde da quinta-feira (27) com ação civil pública pedindo a anulação das 13 questões do Enem em todo o Brasil ou de todo o exame nacionalmente. Na ação, o procurador federal no Ceará, Oscar Costa Filho, também pedia ainda a suspensão da medida do Ministério da Educação (MEC) que anula o Enem para 639 alunos do colégio Christus.
A Justiça Federal anulou as questões 32, 33, 34, 46, 50, 57, 74 e 87, da prova amarela do 1º dia, além das questões 113, 141, 154, 173 e 180, da prova amarela do 2º dia. As mesmas questões correspondem a números diferentes nas provas de outras cores, que também serão anuladas. O Ministério da Educação (MEC) informou que vai recorrer da decisão.
O MEC confirmou em 27 de outubro que 14 questões do Enem vazaram do pré-teste aplicado no Christus, em Fortaleza, em outubro de 2010. O ministro da Educação, Fernando Haddad, disse que professores do colégio reproduziram e distribuíram dois dos 36 cadernos de pré-teste.
Questões idênticas
A suspeita da antecipação de questões pela escola Christus tornou-se pública quando um estudante de 18 anos de Fortaleza postou no Facebook na terça-feira (25) fotos de cadernos de questões distribuídos pelo colégio semanas antes do Enem. O aluno, de outra escola, afirmava haver pelo menos 11 questões idênticas às do Exame no material.
Dois alunos do Christus também confirmaram ao G1 terem recebido o caderno com as questões idênticas às do Enem. O diretor do Christus disse ao G1 acreditar que colaboradores da escola repassaram questões do pré-teste para uma banco de dados da escola.
Fonte: G1