Cerca de 130 alunos do ensino fundamental da escola municipal Ñandejara Bocajá, da aldeia Te’Yikuê, em Caarapó, a 273 km de Campo Grande, enfrentam há pelo menos 24 dias a falta de água na instituição. De acordo com o professor da escola, Alécio Soares Martins, um poço artesiano fornece água para o colégio e toda a aldeia, mas constantemente apresenta problemas. Sem água, as aulas foram reduzidas.
Na quarta-feira passada (26), revoltados com a situação, os estudantes chegaram a fazer um protesto, exibindo vários cartazes pedindo a solução do problema. O professor diz que a falta de água não é um problema somente da escola, mas que afeta toda a aldeia. “Quase 40% da aldeia está com problemas. Eu mesmo já fiquei dois dias sem tomar banho por falta de água em casa”, explica.
Ainda segundo Martins, a população está tendo que usar a água de um córrego que passa próximo da aldeia. “As pessoas vão lá para lavar roupa, tomar banho e pegar água para cozinhar e beber”, comenta.
Além da questão do saneamento, o professor diz que a falta de água já ameaça o ano letivo dos estudantes, já que as aulas tiveram que ser reduzidas a metade do período, em razão do forte calor no local. “Não tem como segurar a criançada. No intervalo eles vão querer beber água, como não tem, temos que liberá-los”, lamenta.
O coordenador da Secretaria Especial de Saúde Indígena (Sesai), Nelson Carmelo, disse ao G1 que a bomba que abastecia a aldeia queimou e foi trocada por uma nova, mas que o problema do fornecimento principalmente para a escola persiste. “Existem técnicos nossos trabalhando na aldeia para descobrirmos qual é o problema e resolvê-lo”, assegura.
Uma das alternativas estudadas, conforme Carmelo, é uma ligação direta do poço para a escola. “Talvez nós tenhamos que puxar a água direto para a escola, sem passar pelo percurso todo da aldeia”, comenta, completando que a expectativa é que uma solução para o problema seja encontrada nesta semana.
Fonte: G1/ MS