“Tratam a questão como se bastasse dizer ‘use camisinha, use camisinha’, não é assim que se orienta um adolescente para a vida sexual”, opina o bispo de Campo Grande, Dom Dimas Lara Barbosa, sobre a polêmica que envolve a instação de máquinas dispensadoras de preservativo nas escolas.
O projeto é do Governo Federal e tem como objetivo prevenir doenças sexualmente transmissíveis e a gravidez precoce.
Em Campo Grande, a Câmara Municipal se antecipou ao projeto federal e aprovou no dia 15 de setembro lei que proíbe a instalação das máquinas em órgãos municipais, bem como, na rede pública e particular de ensino.
Mas o prefeito Nelson Trad Filho vetou a proibição da Câmara no último dia 21, alegando algumas falhas no texto do projeto. O prefeito diz que o projeto “generalizou” a questão e que é favorável a instalação em alguns locais, como para alunos com mais de 16 anos.
Já o arcebispo da Capital se pronunciou sobre a polêmica neste sábado, antes da celebração da missa em comemoração aos 20 anos da visita de João Paulo II. Ele chegou de um Congresso de Comunicação Católica no Chile, na sexta-feira (22), e disse que agora está se inteirando do veto municipal e quer conhecer melhor quais foram às motivações do prefeito.
“Recebi a notícia e fiquei preocupado. Quero conhecer melhor o que levou a vetação da proibição para ter uma análise melhor da situação”, afirmou. Para Dom Dimas, a implantação de máquinas de camisinha em instituições de ensino fundamental e médio é um convite a iniciação precoce da vida sexual.
Educação - O líder religioso ressalta que é preciso educar, orientar e não distribuir camisinhas como forma de evitar a gravidez e doenças sexualmente transmissíveis.
“Você não orienta a vivência da sexualidade responsável entregando uma camisinha. Só isso não basta. É preciso que haja uma educação sexual nas escolas”, frisa.
Dom Dimas explica que os adolescentes necessitam, com urgência, desse tipo de orientação. Ele ainda diz que é “preocupante ver que cada vez mais cedo os adolescentes iniciam a vida sexual”.
“Ele precisa ter consciência do que é uma relação sexual, das responsabilidades e cuidados, e isso exige maturidade e não uma distribuição desenfreada de camisinhas”, diz.
Resolve? - O arcebispo ainda chama a atenção para os reais resultados das ações de distribuição de camisinha. “Existe toda uma campanha em nível nacional para distribuir as camisinhas, mas o que a gente vê é cada vez mais crianças engravidando. Isso mostra que a política do “dar camisinha” não resolve por si só”, alerta.
Para o arcebispo, a falta de conscientização a respeito da sexualidade deixa lacunas na vida de crianças e adolescentes, que acabam iniciando “precocemente e irresponsavelmente” a sexualidade.
“É muito preocupante ver que meninas de 12 até 10 anos estão engravidando. Hoje cada dia mais a vida sexual é iniciada mais cedo”, chama a atenção.
Fonte: CG News