O Brasil tem a Universidade de São Paulo (USP) no topo das melhores universidades da América Latina e ainda conta com 31 instituições de ensino superior entre as cem melhores do ranking divulgado nesta terça-feira (4) pela QS (Quacquarelli Symonds), do Reino Unido.
Este é o primeiro ranking que reúne apenas as universidades latino-americanas elaborado pela QS, uma organização internacional de pesquisa educacional que avalia o desempenho de instituições de ensino médio, superior e pós-graduação.
A USP lidera com 100 pontos, a pontuação máxima. Em segundo lugar está a Pontificia Universidade Católica do Chile (99,6 pontos). Outra universidade brasileira, a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) está em terceiro (94,7). A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) aparece em 10º lugar, e a Universidade de Brasília (UnB) em 11º.
Nas cem primeiras do ranking aparecem 31 universidades do Brasil. Em seguida estão Argentina (19), México (15), Chile (14), Colômbia (8), Venezuela (4), Peru (3), Costa Rica, Cuba, Porto Rico, Equador e Uruguai (1).
Uma nova metodologia foi desenvolvida após uma extensa consulta com as universidades da região e com o Conselho Académico Consultivo internacional da QS. O ranking utiliza sete indicadores distintos: reputação acadêmica (30%), reputação de empregabilidade (20%), estudantes da faculdade (10%), profissionais com doutorado (10%), artigos publicados (10%), citações por artigo (10%) e impacto na internet (10%).
Impulsionado pelo aumento do investimento público em educação, o Brasil emplacou 65 universidades entre as 200 primeiras da lista, quase o dobro do México (35) e muito mais do que Argentina e Chile (25 cada).
Segundo os autores do estudo, as universidades brasileiras adquiriram oito dos dez primeiros lugares em produtividade de pesquisa e tiveram a maior proporção de acadêmicos com doutorado.
Eles destacaram, ainda, que o número de matrículas universitárias triplicou nos últimos 10 anos no Brasil.
"A economia brasileira já é a sétima do mundo e a Goldman Sachs previu que superará as de Canadá, Itália, França, Reino Unido e Alemanha nos próximos 20 anos", disse Ben Sowter, chefe de pesquisas do ranking QS.
"Enquanto muitos governos de países desenvolvidos cortam os gastos em universidades, os Bric (Brasil, Rússia, Índia e China) estão investindo grandes quantias de dinheiro na construção de universidades de nível internacional", avaliou o diretor da página TopUniversities.com, Danny Birne, para quem o denominador comum é que todos consideram a educação um "elemento chave" para seu desenvolvimento.
"Uma educação superior de nível mundial será central para seu desenvolvimento e o novo ranking QS mostra que os investimentos do Brasil já estão começando a colher frutos", acrescentou, em um comunicado.
A classificação é liderada pela Universidade de São Paulo, seguida da Pontifícia Universidade Católica do Chile, em segundo lugar, e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), em terceiro.
Com relação a outros países, a primeira instituição de ensino mexicana, a Universidade Nacional Autônoma do México (Unam), apareceu em quinto lugar; em sexto está a primeira de 21 instituições colombianas, a Universidade dos Andes; e a primera da Argentina, a Universidade de Buenos Aires, em oitavo.
Nesta primeira edição do ranking regional, o QS se baseou em critérios específicos da América Latina, como a proporção de professores com doutorado, a produtividade de pesquisas per capita e a presença na internet, assim como pesquisas existentes.
Os pesquisadores, no entanto, se questionam se o Brasil poderá chegar a ser a próxima superpotência universitária.
No mais recente ranking QS das melhores universidades do mundo 2011, liderado pela primeira vez pela Universidade de Cambridge, no Reino Unido, a USP só alcançou o 169º lugar, sendo a única instituição de ensino latino-americana entre as 200 melhores do mundo.
Segundo a QS, em um contexto de rápida expansão e participação nos rankings e investimentos na investigação e inovação, este novo ranking permite discutir o desenvolvimento do aumento da educação na região. “A América latina é relativamente excluída dos rankings internacionais, mas o investimento governamental e o crescimento econômicoindicam que se tornará cada vez mais um paritcipador na cena interrnacional nos próximos anos.”, diz Ben Sowter. "Este raking para a América Latina inclui uma metodologia feita sob medida para melhor representar as circunstâncias regionais."
Fonte: G1