A Enersul (Empresa Energética de Mato Grosso do Sul) acaba desmentindo quem tem a impressão que apenas nos bairros de classe baixa que se encontram os famosos “gatos”, ou seja, furtos de energia. As inspeções atuais comprovam que este problema está evidente em todas as classes sociais e atinge diversos setores de Campo Grande.

A Gerência de Recuperação de Energia da Enersul já inspecionou neste ano 115 mil unidades, entre residências, indústrias e estabelecimentos comerciais, sendo que, desse total, foram constatadas irregularidades em 30% dos locais. Na manhã desta terça-feira (20) os técnicos da Enersul detectaram irregularidades numa farmácia,  na região central da Capital.

De acordo com informações da Enersul, foi feita uma análise em cima do consumo da unidade, e em virtude do histórico, os especialistas desconfiaram da fraude. Conforme os técnicos que compareceram ao local, na medição foi possível verificar que a entrada de energia era de 80 ampéres, sendo incompatível com o registro que marcava a saída de 30 ampéres.

“Pelo que constatamos, com essa fraude era possível desviar 1500kw por hora ao mês, o que daria para abastecer cerca de 20 unidades habitacionais de baixa renda, que equivalem a 80kw por mês. Mas primeiro vamos analisar todo o histórico, calcular em cima do que realmente a farmácia consome e, aí sim, podemos definir quanto tempo havia essa irregularidade e se haverá multas”, explicou o gerente de comunicação da Enersul, Henrique Xavier.

Por outro lado, o proprietário da farmácia informou que o imóvel é locado e que, até o momento, não há motivo para que seja considerado culpado. “Nem sei se esta irregularidade está vinculada à farmácia. Eu acredito que os técnicos estão apenas verificando, só que ainda nada foi configurado como desvio de energia. Mas vou acompanhar o caso de perto, até porque não tenho motivos para fazer gato. Meu consumo mensal é de quase R$ 2 mil”, contou.

Meta da Enersul

A meta da Enersul é atingir até o final do ano 160 mil inspeções de unidades consumidoras de energia, portanto, cerca de 45 mil locais ainda faltam ser vistoriados.

“Aproveito a oportunidade para alertar a população, quem tem ligação clandestina deve procurar a empresa, negociar e regularizar a situação. Porque fazer gato é um crime, fora que além de estragar o relógio, também a pessoa corre risco de levar choque elétrico e provocar até incêndios com algum curto circuito”, salientou o gerente.

Fonte: Midiamax