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Postada por: Andrey Vieira dia 14/08/2011
Fuga e pedidos de prisão dobram o nº de foragidos do País no exterior
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Uma rápida olhada identifica poucos rostos conhecidos. Mas na relação de brasileiros procurados pela Organização Internacional de Polícia Criminal, a Interpol, todos são igualmente perigosos. E a lista pública de criminosos pátrios no site da instituição está em plena expansão. Nos últimos dois anos, o número de brasileiros procurados praticamente dobrou, chegando a 173. Entre os fatores que contribuem para essa situação está a vulnerabilidade nas fronteiras e nos aeroportos nacionais, revelada por ISTOÉ na sua edição de 25 de maio deste ano. A reportagem mostrou que a Polícia Federal declinou parte do controle de entrada e saída do País e a emissão de passaportes para despreparados funcionários de empresas terceirizadas – o que é um prato cheio para bandidos em fuga. Mas também há um lado positivo nesse aumento, que é o azeitamento das relações entre autoridades policiais e judiciárias, regulamentado desde o final de 2010 pelo Conselho Nacional de Justiça. O órgão de controle externo do Judiciário brasileiro publicou instrução normativa que definiu regras para a emissão de mandados de prisão internacionais, colaborando para o crescimento dos avisos de foragidos à Interpol, chamada de difusão vermelha.


Com isso, o número de prisões também aumentou. “Do início de 2010 para cá, conseguimos prender 39 foragidos da Justiça brasileira, sendo 24 brasileiros”, informa o coordenador da Interpol no Brasil, o delegado federal Luiz Eduardo Navajas. “É um índice de detenções acima da nossa média histórica.” No País, a Polícia Federal representa a entidade policial intergovernamental, com sede em Lyon (França) e presente em 188 países. A maioria das prisões de brasileiros acontece na Península Ibérica (Portugal e Espanha). São os locais mais procurados pelos criminosos devido à facilidade do idioma. Com base em indícios de que o réu saiu do país em que é acusado, o juiz emite uma ordem de prisão internacional e, nesse momento, escolhe se ele fará parte ou não da lista pública do site. Portanto, há brasileiros caçados sob sigilo pela Interpol, o que deve aumentar o número do total de procurados em cerca de 30%.
 

Dois casos de brasileiros chamam a atenção pela notoriedade. Há pelo menos sete meses, policiais buscam pistas do paradeiro do ex-médico Roger Abdelmassih, 67 anos, condenado em primeira instância a 278 anos de prisão pelo estupro de 37 mulheres, entre os anos de 1995 e 2008, em sua clínica de reprodução humana em São Paulo. Investigações apontam que ele teria obtido um passaporte falso no Uruguai e de lá fugido para o Líbano, segundo apuração da polícia paulista. Um ótimo destino para um foragido, já que a nação do Oriente Médio não possui tratado de extradição com o Brasil. “Caso ele seja preso nesse país, a extradição pode ser pedida, baseada no princípio do direito internacional da reciprocidade”, explica Navajas.


Fonte: Terra







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