O líder do Partido Republicano no Senado dos Estados Unidos, Mitch McConnell, afirmou nesta segunda-feira (1ª) que está otimista com a perspectiva de aprovação, pelo Congresso do país, do acordo que pode permitir a elevação do teto da dívida do país e cortar gastos no orçamento.
"Estamos muito otimistas", afirmou ele. "Dará tudo certo".
A líder do Partido Democrata na Câmara, Nancy Pelosi, no entanto, disse que ainda está indecisa quanto ao plano que, de segundo ele, traz cortes profundos no orçamento, sem que seja requerido "um centavo" dos mais ricos do país.
Já o também republicano Harry Reid, líder do partido no Senado, afirmou estar confiante de que o acordo será aprovado na casa, mas que precisará de apoio dos congressistas dos dois partidos. "Ainda não estou aqui para declarar vitória", disse ele, após encontro com membros do partido.
Acordo
Após meses de debate, parlamentares republicanos e democratas devem votar nesta segunda-feira o acordo para elevar o limite da dívida dos Estados Unidos e evitar um default [calote]. O prazo para o país elevar seu limite de endividamento termina nesta terça-feira (2).
O acordo foi anunciado pelo presidente dos EUA, Barack Obama na noite deste domingo (31) em pronunciamento feito na Casa Branca. O presidente disse que os líderes dos Congresso fecharam uma proposta para elevar o teto da dívida do Tesouro.
Líderes do Senado - com maioria democrata - e a Câmara dos Representantes - liderada pelos republicanos - informaram que apresentarão para suas bases o rascunho do plano nesta segunda-feira, antes da votação final para aprovar o acordo.
O governo dos Estados Unidos corre contra o tempo para não colocar em risco sua credibilidade de bom pagador. Se até amanhã o Congresso não ampliar o limite de dívida pública permitido ao governo, os EUA poderiam ficar sem dinheiro para pagar suas dívidas: ou seja, haveria risco de "calote".
Pronunciamento de Obama
"Quero anunciar que os líderes dos dois partidos alcançaram um acordo que vai cortar gastos e evitar um default (termo técnico para o 'calote')", disse o presidente na noite de domingo. "A primeira parte desse acordo vai cortar cerca de US$ 1 trilhão nos próximos dez anos, cortes com que ambos os partidos concordaram".
O presidente da Câmara dos Deputados, John Boehner, detalhou que a proposta prevê um corte de US$ 917 bilhões nos gastos domésticos ao longo de 10 anos, além da formação de uma comissão para definir mais US$ 1,5 trilhão em redução de gastos até novembro. A proposta formulada por este painel será votada pelo Congresso.
"Este é o acordo que eu preferiria? Não. Acredito que poderíamos ter tomado agora as decisões duras necessárias sobre a reforma nos benefícios sociais e a reforma tributária, em vez de fazâ-lo através de um processo especial de comitê no Congresso", disse Obama.
A elevação do teto da dívida permitiria ao país pegar novos empréstimos e cumprir com pagamentos obrigatórios. Em maio, a dívida pública do país chegou a US$ 14,3 trilhões (cerca de R$ 22,2 trilhões), que é o valor máximo estabelecido por lei. Nos EUA, a responsabilidade de fixar o teto da dívida federal é do Congresso.
'Solução equilibrada'
Em um pronunciamento rápido, Obama afirmou que o processo para fechar o acordo bipartidário foi "bagunçado e levou muito tempo", mas agradeceu aos líderes políticos republicanos e democratas por terem se comprometido.
O presidente também agradeceu ao povo americano por "vozes, e-mails, twitts" que pressionaram os políticos.
Obama destacou que, como resultado do acordo fechado, "os EUA terão o nível mais baixo de gastos domésticos anuais desde que Eisenhower foi presidente", mas ressalvou que ainda assim, é "um nível de cortes que permite fazer investimentos na criação de empregos, educação e pesquisa". "Também asseguramos que esses cortes não acontecessem de forma tão abrupta. A solução definitiva para o déficit precisa ser equilibrada", acrescentou o presidente.
O líder americano afirmou ainda que apesar da opinião de "alguns republicanos", será necessário "pedir aos americanos mais ricos e às maiores empresas para abrir mão de benefícios fiscais".
Fonte: g1