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Postada por: Andrey Vieira dia 10/07/2011
Perdas em lavouras de milho em MS somam R$ 200 milhões, diz pesquisa
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Depois de dois dias seguidos de baixas temperaturas e lavouras cobertas de gelo, na última semana, no centro-sul de Mato Grosso do Sul, agricultores contabilizam prejuízo de 50% da área plantada no estado. De acordo com levantamento divulgado pela Fundação MS neste mês de julho, as perdas já são estimadas em R$ 200 milhões.
 

De acordo com o produtor e engenheiro agrônomo, Luiz Ross, as folhas ficaram secas e os grãos estão molhados, sinal de que a planta está morrendo. Ele é dono da fazenda Princesa dos Campos e se destaca na produção de milho em Maracaju. O município, distante 162 quilômetros de Campo Grande, é o maior produtor de grãos do estado. As lavouras do município foram castigadas pela geada.
 

“Na minha lavoura a planta ainda estava em fase de formação, de milho verde. Nesse caso as perdas são de praticamente 100%, não há mais o que fazer. Só vai sobrar a palha que nós teremos que dar um jeito de destruir para fazer a próxima safra”, explica o produtor.
 

De acordo com levantamento feito pela Fundação MS, somente em Maracaju, as perdas podem chegar aos R$ 33 milhões. Os prejuízos se estendem também por boa parte das regiões central e sul do estado. Ainda segundo o órgão de pesquisa, a média de produtividade que no ano passado foi de 65 sacas por hectare em Mato Grosso do Sul, deve cair para 40.


“As regiões de Dourados, Rio Blilhante e outros municípios próximos, sentiram bastante esse efeito e em torno de 50% da área de milho plantada sofreram incidência de geada. Mais os municípios do cone sul só estado sofreram ainda mais. Em Aral Moreira temos uma incidência de 90% a 100% das lavouras foram prejudicadas. Estimamos uma perda mínima de R$ 200 milhões”, afirma André Lourenço, engenheiro agrônomo da Fundação MS.
 

Os dados não levam em consideração a perda de qualidade dos grãos, por isso o prejuízo pode ser maior. Segundo a Fundação praticamente metade dos 950 mil hectares cultivados com milho no estado, ainda não está com a produção garantida.
 

Os pesquisadores explicam que a geada atingiu em cheio o milho safrinha na fase jovem, de enchimento dos grãos, quando a planta fica mais suscetível. A geada chegou no tempo certo, mas cerca de 50% do milho safrinha foi plantado fora da época recomendada no estado.
 

O grande volume de chuvas no mês de março, impediu a colheita da soja e atrasou o plantio milho. Do norte ao sul do estado, na terra encharcada, plantadeiras trabalhavam com dificuldades para garantir o cultivo do grão. Plantar fora do prazo indicado pelo Ministério da Agricultura, sem financiamento e seguro, foi a única alternativa para muitos produtores.


O produtor rural Joceli Gianlupi chegou a investir mais nesta safrinha e até ampliou a área cultivada. Mas por causa do excesso de chuva também plantou o milho dez dias após o prazo estipulado pelo zoneamento agrícola. Assumiu o risco. Pretendia colher 70 sacas por hectare. Por causa das perdas a produtividade deve cair aproximadamente 40%. O prejuízo vai influenciar os próximos investimentos.


A gente não contava com geadas dessas dimensões. Agora vamos ter que segurar alguns gastos e pensar em outros investimentos para dar conta do prejuízo”, conta o produtor.


Fonte: G1







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