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Postada por: Jr Lopes dia 06/07/2011
Vazio sanitário para a soja vai até setembro em MS
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Vazio sanitário da soja provoca demora no aparecimento da ferrugem asiática da soja (Foto: Divulgação)


O período do vazio sanitário nas lavouras de Mato Grosso do Sul começou no dia 1º de julho e vai até 30 de setembro. Nesse período fica proibido o plantio de soja para evitar o surgimento de focos da praga conhecida como “ferrugem asiática”, que prejudica a produtividade da plantação.


A Agência Estadual de Defesa Sanitária Animal e Vegetal de MS (Iagro) alerta qte até mesmo a sobrevivência de brotos da antiga safra, chamados de tigueiras, pode ser fator de manutenção da praga. Os produtores rurais que não cumprirem as normas do vazio sanitário poderão ser multados pelo órgão


O vazio sanitário foi instituído em Mato Grosso do sul em 2006 e este é o quinto ano consecutivo em que a medida é cumprida. Após o período, que dura 90 dias, os produtores podem dar início ao cultivo da safra de verão da soja.


Paraguai


Neste ano, pela primeira vez, o Paraguai, país que faz fronteira com o Brasil em Mato Grosso do Sul, adotou o vazio sanitário para a soja. A medida foi determinada no país pela Resolução 071, de 11 de fevereiro de 2011, do Servicio Nacional de Calidad Y Sanidad Vegetal Y de Semillas (SENAVE).


Denominado de “pausa fitosanitaria”, o cultivo de soja está proibido desde o dia 1º de junho e vai até 30 de agosto, em todo o território paraguaio. A Resolução prevê exceção para produção de semente genética de cultivares tolerantes ao fungo que causa a ferrugem asiática.


Atraso na ferrugem


Desde a adoção do vazio sanitário da soja, em 2006, Mato Grosso do Sul tem registrado demora no aparecimento da ferrugem asiática da soja. Segundo dados do Consórcio Antiferrugem, na safra 2008/2009, o primeiro relato da doença no Estado foi em Aral Moreira, no dia 16 de dezembro. Na safra 2007/2008, o primeiro registro foi no dia 3 de dezembro, também em Aral Moreira. No período anterior ao vazio, na safra 2006/2007, por exemplo, o primeiro relato foi em Laguna Carapã, no dia 16 de novembro.


“Na primeira safra após a implantação do vazio, a ferrugem demorou 17 dias para aparecer no Estado. Na segunda safra, a doença atrasou um mês para aparecer em relação às safras anteriores à medida”, explica o  engenheiro agrônomo da Embrapa Agropecuária Oeste (Dourados, MS), Alexandre Roese.


Ele lembra, no entanto, que no início das duas últimas safras em Mato Grosso do Sul, as lavouras enfrentaram problemas de estiagem. “Isso, apesar de ter prejudicado o desenvolvimento da lavoura, contribuiu para o atraso na ocorrência da doença”, informa.


Outra consideração de Alexandre é que na maioria das doenças tem-se a incidência (aparecimento da doença) e a severidade (progressão da doença). Em função desses dois fatores o vazio sanitário além de atrasar o aparecimento da ferrugem, adia a possibilidade de epidemia, devido à menor quantidade de inóculo do fungo causador da ferrugem no início da safra. “Esse atraso facilita o controle químico da doença”, diz o  engenheiro agrônomo.


Fonte: G1







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