Com o anúncio do governador de Mato Grosso do Sul, André Puccinelli, de autorizar a convocação dos 77 candidatos remanescentes do último concurso para bombeiro, o candidato reprovado por ter índice de massa corpórea (IMC) acima do indicado no edital, Leonardo Rodrigues de Oliveira, disse se sentir aliviado.
“Sinto que estou mais perto de ver o meu sonho de ser bombeiro se tornar realidade”, disse ao G1 o candidato. O governador anunciou a autorização para a convocação dos candidatos remanescentes, o que incluiria Leonardo, na última sexta-feira (1º).
De acordo com o comandante geral da corporação, coronel Ociel Ortiz, falta apenas definir a data da convocação. “Já é certeza. Só não sabemos se vai ser de imediato, ou na semana ou mês que vem”, disse Ortiz. Ele explica que o edital prevê novos testes físicos e médicos para os candidatos remanescentes, tendo em vista que os exames apresentados pelos candidatos há um ano já não valem mais.
Para conseguir passar novamente pelas provas, Oliveira retomou a rotina de treinos mais intensa para o concurso. Ele diz que pratica exercícios físicos regularmente e procura ter alimentação adequada, mas isso não é suficiente para os testes do concurso. “Quem passou por eles sabe que não é só chegar lá e fazer. É 'pauleira'”, resume o candidato.
Em 2010, quando se preparou para as provas pela primeira vez, Oliveira conta que deixou o emprego para se dedicar em tempo integral à meta de passar no concurso. Entretanto, com a filha de apenas 40 dias em casa, vai ter que conciliar a família, trabalho e treinos. “Vou ter que me desdobrar em 50”, afirma.
Oliveira criou uma rotina para organizar o dia a dia. “A partir de agora vou acordar por volta das 5h20 para correr em uma praça perto de casa e treinar barras, apoios e outros. Às 6h40 tenho que estar em casa para me arrumar para o trabalho. Chego em casa mais ou menos às 18h30, ajudo minha esposa no que precisar e às 20 horas retomo os treinos na academia”, relata o candidato.
Julgamento
Entretanto, Oliveira aguarda o julgamento do mérito do mandado de segurança que permitiu a ele realizar todas as etapas do processo seletivo. A audiência da 3ª Turma Cível inicialmente estava prevista para 20 de junho, mas, a pedido do relator do processo, foi remarcada para 18 de julho.
Consultado pelo G1 sobre o caso, o advogado e ex-presidente da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) em Mato Grosso do Sul, Carlos Marques, explicou que o mandado de segurança, caso seja deferido pela Justiça, permitirá ao candidato “pular” o IMC se tiver que refazer os testes.
Oliveira diz que sempre frequentou academias e tem grande massa muscular, o que segundo ele influenciou o alto IMC. Ele diz que acionou a Justiça para provar que era capaz de atuar na profissão. Com 1,78 m de altura e pesando 110 quilos na época dos exames, o candidato não se considera gordo, mas afirma ter ficado preocupado. "Por causa disso me senti gordo”, desabafa.
Fonte: G1