Em Mato Grosso do Sul, 42 propriedades estão invadidas por indígenas, segundo a Federação da Agricultura e Pecuária do estado (Famasul). A última foi ocupada por 60 famílias no sabado (28) em Douradina, município na região sul do estado que fica a 194 quilômetros de Campo Grande.
O cacique kaiowa Voninho Benites disse que eles querem o reconhecimento da área como indígena. "A gente veio neste lugar reivindicar uma área para gente, a população está crescendo muito e a aldeia é pequena. Não dá mais para viver dentro da aldeia." Os indígenas vivem na aldeia Panambi, que fica a dois quilometros da área invadida. São 300 hectares onde moram 180 famílias.
As lideranças afirmam que só vão desmontar o acampamento se a ampliação da aldeia de Douradina for reconhecida. O vice-cacique Celso Aldizo afirmou que "eles esperam a paz".
A área de 53 hectares pertence à família do criador Cícero Bastos desde 1990. Ele cria gado no sítio e esta é a segunda vez que os índios invadem as terras. A primeira foi em 2005. "A gente tem documento, tem tudo, paga imposto, acho que é uma coisa imprópria", conta o pecuarista.
Cícero e um grupo de produtores rurais de Douradina foram à Polícia Federal registrar boletim de ocorrência. Eles temem que novas propriedades sejam ocupadas pelos índios.
Segundo o Ministério Público Federal um estudo antropológico foi realizado na área e constatou que as terras são indígenas. O processo tramita na Justiça há cinco anos, mas até agora nada ficou definido.
Fonte: G1