Jornalista americano quer ser a 'voz do povo' na presidência da Fifa
Ser presidente da Fifa é o sonho de muitos dirigentes do futebol. E, literalmente, também virou o sonho do jornalista americano Grant Wahl, de 37 anos. Em uma madrugada recente, o repórter da revista "Sports Illustrated" acordou com uma ideia na cabeça: concorrer contra Joseph Blatter na eleição do dia 1º de junho. Saiu da cama, entrou na internet, leu os estatutos e viu que seria possível. Para ser candidato, bastaria receber a indicação de uma das 208 federações filiadas à organização.
A carta de recomendação, ele ainda não conseguiu. Mas vários planos já passam por dentro da careca de Grant. Sua intenção é modernizar as regras e, principalmente, ouvir o que os torcedores têm a dizer.
- Se eu for indicado, vou concorrer. Não é piada, não é brincadeira. Se os fãs do futebol votassem, eu ganharia. Mas não são eles... São as federações... Sou realista, mas acho que é hora dos fãs do futebol terem voz e eu estou representando esta voz - disse o americano, por telefone.
Grant é um dos principais jornalistas esportivos dos Estados Unidos e, provavelmente, o que mais gosta de futebol. Já passou por 26 países fazendo entrevistas com grandes nomes do esporte - como Drogba, Henry e José Mourinho -, cobriu cinco Copas do Mundo e três Olimpíadas e escreveu um dos livros mais vendidos no país no ano passado: "The Beckham Experiment", sobre a passagem do meia inglês pela MLS.
Na última quinta-feira, Grant virou notícia nos principais sites e jornais esportivos do planeta após publicar em seu blog a intenção de concorrer à presidência da Fifa. Entre seus projetos, estão o uso de tecnologia para decidir se a bola entrou ou não; a indicação de uma mulher para o cargo de secretário-geral, atualmente exercido por Jerome Valcke; não dar cartões em comemoração de gols; e colocar na internet todos os documentos da Fifa.
- Eu faria uma espécie de Wikileaks da Fifa, deixando o mais transparente possível - contou o americano, lembrando o site que exibiu vários documentos sigilosos do governo americano.
A ideia de Grant ganhou repercussão na internet. Vários seguidores do Twitter fizeram campanha (como o jogador de basquete Steve Nash, fã de futebol) e lançaram o slogan "Change Fifa" ("Muda Fifa"). O jornalista passou a usar em seu Facebook uma foto imitando o cartaz da candidatura de Barack Obama à presidência dos Estados Unidos.
Para o americano, a denúncia da imprensa inglesa sobre venda de votos para a escolha das sedes das Copas de 2018 e 2022 manchou a imagem da Fifa e nada foi feito por Blatter. Grant reclama ainda da ausência de mudanças no comando da organização: o brasileiro João Havelange ficou no poder de 1974 a 1998, quando foi substituído pelo suíço, que está na presidência até hoje. O jornalista diz também que a possível candidatura de Mohammed Bin Hammam, presidente da Confederação Asiática, não representaria uma mudança profunda.
Fonte: globoesporte.com
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