MS: Músico enfrenta dificuldades na luta contra o câncer

Postada por: Jr Lopes | Data 05/10/2009 | Imprimir
Délio tira foto com um dos álbuns da dupla Sul Matogrossense (Foto: Alessandra Carvalho)


Uma das vozes mais conhecidas de Mato Grosso do Sul já não canta mais. Fumante há 60 anos, Délio, José Pompeu, 84, deixou o cigarro em 1995 e dez anos depois descobriu que tinha câncer no pulmão. As dores nos ombros não cessaram mesmo com as dezenas de sessões de quimioterapias e duas de radiologia.


Para continuar o tratamento ele precisa de auxílio. Délio não tem condições de caminhar, pegar um ônibus ou custear o transporte de taxi. “São 50 anos de dedicação à cultura e no fim da vida, ele não tem o reconhecimento que merece”, diz o jornalista Roberto Costa que lançou na Rádio Cultura uma campanha em busca de recursos para o músico. “Na rádio a gente tem divulgação, mas não consegue ainda alcançar esse objetivo. Ele precisa muito de ajuda”, diz o amigo.


Força


Hoje, ele mora No Conjunto José Abraão, na saída para Rochedo, em Campo Grande, com a esposa Olanda Roque, 53, com quem é casado há cerca de 30 anos. É com ela que o cantor de ‘O Sol e a Lua’ encontra conforto e tenta superar a ação do tumor maligno. Durante a entrevista ele chora quando fala do presente, mas sorri quando lembra-se do passado.


Délio fez dupla com Délinha, a ex-mulher Delanira Gonçalves. O sucesso tomou proporções inimagináveis. Foram muitos amores, amigos famosos e anônimos. “Cantamos para o governador Pedro Pedrossian, Nelsinho Trad, o pai Nelson Trad e para a mãe do Zeca em Forte Coimbra, no aniversário dela”, lembra-se.


Sobre Délinha, ele reconhece a bela voz da ex e diz que não tinha ideia de que um dia a música O Sol e a Lua fosse fazer tanto sucesso. “Para mim é uma música boba, nem registrei meu nome como compositor. Ficou só para Délinha”, sorri.


Foram meio século de sucesso. A dupla mais famosa de Mato Grosso do Sul gravou 51 discos, 1 DVD e 15 CDs. Em casa só o LP ‘O Sol e a Lua’. “Foi tudo para a Délinha e eu guardei este LP´”, mostra a atenciosa Iolanda.


Golpe do destino


Com a voz fraca, bastante emocionado, ele falou das dores nos ombros e do tratamento árduo. Cigarro? “As pessoas têm que largar essa porcaria!”.


Délio começou a fumar ao mesmo tempo que começou a trabalhar com a enxada em Maracaju, terra natal. Com oito anos ele deus as primeiras tragadas. “Antes era cigarro de palha, depois foi para o de papel”.


O casal se conheceu em um circo. Délio já estava separado de Délinha. “Ele foi cantar lá. Depois, foi almoçar lá na casa do meu cunhado...”, se recorda. Olanda foi a preparação do destino para que o músico suportasse o que estava por vir. “Ele chegou a fumar quatro carteiras por dia. Esfolei todo meu joelho de tanto pedir a Deus para que ele largasse do cigarro, diz Olanda.


Com Délinha, o cantor teve um filho e no casamento com Olanda, dois. O neto Lucas de 6 meses e o pai Weiber Alfe Roque, 23, acompanharam a entrevista ao Midiamax. “Hoje eu falo que meu problema é só a condição. Eu choro, mas eu não sou desanimado, sou alegre. Tudo que me aconteceu até hoje eu agradeço a ele (Deus). Estou sem trabalhar e meus amigos me ajudam com vinte, cem reais, sempre tem alguém”.




Fonte: Midiamaxnews

Naviraí Diário
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