Grupo faz análise da geografia pós-chuva da Região Serrana
O trabalho de busca de corpos e de limpeza das ruas atingidas pela forte chuva que arrasou pelo menos sete cidades da Região entra pelo décimo dia. Segundo o Ministério Público, cerca de 400 pessoas estão desaparecidas na região. A previsão é de que os trabalhos de busca avancem mais rapidamente, uma vez que não chove nesta sexta-feira (21), o que facilita a ação de bombeiros, policiais e voluntários. Em Nova Friburgo, cerca de 60 geólogos trabalham para analisar a nova geografia da cidade.
Novo relevo
Segundo a prefeitura, os profissionais, inclusive estrangeiros, liderados pelo presidente da Empresa de Obras Públicas do estado (Emop) Ícaro Moreno, analisam o novo relevo da cidade, alterado pela enxurrada que levou para o centro de alguns bairros pedras de mais de 10 toneladas e desviou cursos de córregos e rios.
O mapeamento detalhado de áreas de risco é apontado como um dos maiores desafios para construir um sistema nacional que possa fazer alertas antes de catástrofes naturais. Segundo o pesquisador Carlos Nobre, responsável pelo projeto desse sitema dentro do Ministério da Ciência e Tecnologia, é necessário que geólogos visitem esses locais para saber onde há perigo de enchentes e deslizamentos quando houver tempestades.
Até a próxima segunda-feira (24), garis da Comlurb (empresa de limpeza pública do Rio) vão auxiliar no trabalho de limpeza das ruas e logradouros públicos. Todo o lixo e entulho recolhido na cidade está sendo levado para a usina de reciclagem e compostagem de lixo da cidade. A usina, que fica entre as áreas mais atingidas – Córrego Dantas e Campo do Coelho -, foi reconstruída em tempo recorde.
De acordo com as prefeituras das cidades atingidas pelo temporal do dia 11, o número de corpos resgatados chega a 762 e o número de desabrigados e desalojados gira em torno de 20 mil pessoas. Pelos últimos levantamentos dos municípios, ao todo são 365 em Nova Friburgo, 304 em Teresópolis, 64 em Petrópolis, 22 em Sumidouro, 6 em São José do Vale do Rio Preto e 1 em Bom Jardim.
Segundo o boletim da Polícia Civil divulgado às 11h45 desta sexta-feira (21), 765 corpos já foram identificados: 309, em Teresópolis; 367, em Friburgo; 1, em Bom Jardim; 63, em Petrópolis; 21, em Sumidouro e 4, em São José do Vale do Rio Preto.
Petrópolis e São José do Vale do Rio Preto
Em Petrópolis, a vida começa a voltar ao normal, segundo o coordenador de Ações Emergenciais da prefeitura, Luiz Eduardo Peixoto. Os trabalhos de resgate foram intensificados. Uma equipe de assistentes sociais faz o cadastramento de famílias atingidas pela chuva para que possam integrar os programas sociais. No hospital de campanha, são feitos diariamente cerca de 300 atendimentos.
Em São José do Vale do Rio Preto, começam a ser montadas nesta sexta-feira (21) tendas para abrigar vítimas das chuvas no município. Cerca de 70 barracas devem ser montadas no ginásio municipal, em Águas Claras.
Já a cidade de Bom Jardim permanece isolada por causa de destruição de pontes. A expectativa é que homens do Exército comecem a montar as novas pontes neste fim de semana.
Estradas seguem com problemas
Cerca de 250 funcionários do Departamento de Estradas de Rodagem (DER) trabalham intensamente na região para recuperar as estradas de acesso à Região Serrana, onde ocorreram queda de barreiras, erosão nas pistas e queda de pontes.
A BR-040, que liga o Rio a Juiz de Fora, está com o tráfego em meia pista na altura do km 9, por causa de uma queda de barreira, no sentido Juiz de Fora. Nos kms 43 e 34, sentido Rio, o trânsito encontra-se em meia pista por causa de obras, segundo a concessionária que administra a via.
A RJ-116 (Itaboraí-NovaFriburgo-Macuco) está interditada na altura de Bom Jardim, por causa da queda da ponte, destruída com as chuvas. No trecho de Muri, a estrada está em obras e opera no sistema siga e pare para a construção da nova rede de drenagem, com instalação de manilhas, e aterro de dois buracos que formaram um precipício no local.
No Vale do Tainá, na altura do km 92, próximo ao pedágio de Furnas, em Friburgo, o acesso a veículos de passeio e caminhonetes está sendo feita por uma estrada secundária aberta emergencialmente depois das chuvas.
Motoristas que cruzam a rodovia estadual RJ-130 devem redobrar a atenção ao volante. Por conta das fortes chuvas que atingiram a Região Serrana do Rio na última semana, a estrada que liga as cidades de Teresópolis e Nova Friburgo ainda reserva uma série de desagradáveis (e perigosas) surpresas ao longo de seus 68 km.
São muitos os trechos, nos dois municípios, onde as consequências dos deslizamentos de terra insistem em atrapalhar o tráfego. Em alguns pontos, a passagem é feita apenas em meia pista, aberta em caráter emergencial e improvisada e sem sinalização adequada.
Fonte: G1
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