Artigo: Mãe 2010
Quando uma mulher é premiada com o destino da maternidade e acorda nos dias do ano de 2010, passa a viver o pesadelo de não saber ao certo quando e como, de quem e onde, deverá proteger ou deixar de proteger o seu filho amado.
O caos está presente nas ações bem ou mal intencionadas e o seu avental que antes era sujo de ovo hoje é lavado constantemente de sangue, suor e lágrimas.
No exercício desvairado da maternidade ela vira uma guerrilheira e luta por uma educação melhor, por uma justiça que nem sempre acontece e por uma paz que hoje só existe em letras de música.
Diariamente ela clama contra a fome, às vezes fome de amor, às vezes fome de moralidade e muitas vezes fome de gratidão.
A ausência do carinho e da valorização da sua imagem massacra dia-a-dia o seu coração. E a mão de 2010 fala sozinha, chora sem consolo e tem muito pouco motivo para sorrir.
O futuro é incerto e a figura poética da mãe muito amada e respeitada ficou lá atrás, gesticulando no passado com as mãos, calejadas. A televisão lhe oferece eletrodomésticos; o governo uma educação informatizada aos seus filhos; o homem, minutos de prazer; e o amor dos seus filhos se resume, na prática, num almoço de “Dia das Mães”, acompanhado por um buquê de flores e um lindo presente.
Mas, o seu coração e a sua alma, são carentes de algo mais profundo e sincero, que lhe alimente as forças, para continuar suportando as agruras da tarefa que a natureza lhe presenteou, clamam por algo que não se compra.
Não será com certeza a promessa de nenhum político, muito menos o plano de financiamento oferecido pelo comércio... Não serão os presentes nem as rosas ofertadas por aqueles que se sentem na obrigação de festejá-la e homenageá-la no segundo domingo de maio.
A mãe de 2010, senhores esposos, caríssimos filhos, distintas autoridades, quer amor, única e simplesmente amor.
Amor nas ações, amor nos gestos, amor nas intenções.
Este produto que infelizmente não se encontra facilmente nos dias de hoje, no coração das pessoas.
A mãe de 2010 certamente gostará de ser embalada pela alegria da certeza de que as suas crias serão produto de um amor sincero e que por conseguinte serão os promotores da justiça e da prosperidade deste 3°milênio.
Nestes tempos difíceis a única esperança e certeza é o amor e a proteção de Deus.
Mas, segundo o poeta Giusepe Guiarone:
“O Dia das Mães é um dia de bondade
Maior que todo o mal da humanidade
Purificado num amor profundo
Por mais que o homem seja um ser mesquinho
Enquanto uma mãe cantar junto a um bercinho
Haverá esperança para o mundo”.
MAMÃES, FELIZ DIA DAS MÃES!!!
***(Paulo Hamilton é professor aposentado em Naviraí e colaborador deste site)
Fonte: Paulo Hamilton
www.naviraidiario.com.br