Narcotraficante morto em tiroteio foi vítima de atentado frustrado em março

Carro forte e fuzil foram abandonados em Ponta Porã (Foto: Arquivo/Porã News)

Executado a tiros na noite de ontem, narcotraficante Jorge Rafaat Toumani já foi vítima de tentativa de emboscada em março deste ano. Na época, três homens fortemente armados em carro-forte blindado foram vistos em frente a casa de Rafaat, em Pedro Juan Caballero. Veículo foi abandonado e apreendido em Ponta Porã.

Em entrevista a rádio paraguaia Amambay AM 570 em 11 de março, Rafaat falou sobre o suposto atentado e disse não ter medo de emboscadas. “Se me perguntar se tenho medo,eu não tenho, mas procuro me cuidar, e me cuido muito, mas não tenho medo de nada", declarou, na época.

Rafaat disse na entrevista que seus seguranças perceberam movimentação estranha em frente a sua casa e o avisaram. Ao sair, Rafaat afirma ter visto o veículo azul e pediu aos guardas para abordarem o condutor, mas quando os homens se aproximaram, carro-forte empreendeu fuga.

Narcotraficante avisou a Polícia Nacional e seus seguranças iniciaram perseguição ao veículo suspeito. Viaturas da polícia auxiliaram na perseguição, bandidos atiraram contra os policiais, com armas de alto poder de destruição. Veículo atravessou a fronteira e entrou em em Ponta Porã.

Polícia Nacional precisou esperar autorização para entrar em território brasileiro e homens de Raafat esperaram na linha internacional, porque as armas que portavam não eram registradas no Brasil.

Em Ponta Porã, polícia paraguaia junto com Polícias Federal, Militar e Civil brasileira continuaram a perseguir o veículo. Carro forte foi abandonado e os suspeitos fugiram em direção a uma mata na região e não foram localizados. Fuzil foi encontrado nas proximidades.

De acordo com informações divulgadas pela polícia na época, criminosos faziam parte de facção criminosa brasileira e estavam na cidade vizinha para executar uma pessoa, que suspeita-se que seja o narcotraficante.

ATAQUE

Condenado em 1ª instância pelo juiz federal Odilon de Oliveira, em 2014, por tráfico internacional de drogas, Jorge Rafaat foi morto na noite de ontem durante tiroteio em Pedro Juan Caballero.

O criminoso foi cercado por pistoleiros em seu carro blindado e mesmo fortemente armado e cercado por seguranças, não resistiu aos tiros disparados de armamento antiaéreo.

Dos cerca de 70 pistoleiros que participaram do tiroteio, oito já foram presos. Um deles, o responsável por operar a arma antiaérea de onde saíram os tiros que mataram Rafaat, está internado em hospital de Pedro Juan, com lesões graves nas mãos.

De acordo com informações do site paraguaio ABC Color, o ataque é atribuído ao ''barão da droga'' Chimenes Jarvis Pavão, em parceria com a organização criminosa do Brasil Primeiro Comando da Capital (PCC).

Tiroteio começou durante a noite de ontem e se estendeu até a madrugada desta quinta-feira. Segundo o noticiário, foram cerca de quatro horas de enfrentamentos entre duas facções na disputa pelo território do tráfico de drogas.

Ainda segundo o ABC Color, depois de cessado os tiros, dois estabelecimentos comerciais foram incendiados. Por volta das 4h30 de hoje, loja de nome "Pneus Porã" e outro comércio foram, simultaneamente, tomados por fogo. Um dos pontos seria de propriedade do traficante morto Jorge Rafaat. Bombeiros combateram as chamas.