Fifa cobra R$ 20 milhões de indenização a dirigentes brasileiros

Postada por: Jr Lopes | Data 16/03/2016 | Imprimir
Ações de dirigentes da CBF prejudicaram imagem da Fifa (Foto: Thales Soares)


A Fifa lançou nesta semana uma ofensiva judicial para tentar recuperar dinheiro e credibilidade. Em comunicado para a Justiça dos EUA, a Fifa declarou-se vítima do escândalo de corrupção que levou para a cadeia dezenas de cartolas da Conmebol e da Concacaf. A Fifa pede para receber uma parte - não especificada - dos US$ 190 (R$ 725 milhões) milhões recuperados pelas autoridades americanas nesta investigação.

 

Em outra frente, a Fifa também cobra US$ 28 milhões (R$ 106,75 milhões) dos dirigentes envolvidos neste escândalo. A entidade quer que os cartolas devolvam tudo o que receberam entre salários, passagens, hospedagens e diárias entre 2004 e 2015. Nesta lista, estão os três últimos presidentes da CBF.

 

A Fifa quer que Ricardo Teixeira, José Maria Marin e Marco Polo Del Nero lhe devolvam US$ 5,3 milhões (quase R$ 20 milhões). Segundo documento tornado público pela entidade, Teixeira teria que devolver US$ 3,514,025 (R$ 13,22 milhões), Marco Polo Del Nero outros US$ 1,673,171 (R$ 6,3 milhões) e José Maria Marin mais  US$ 114,507 (R$ 430 mil).

- Os réus abusara de seus cargos de confiança na Fifa e causaram prejuízo grave e duradouro para o futebol. O dinheiro que embolsaram pertencia ao futebol e estamos determinados a obtê-lo de volta, não importa quanto tempo levar - disse o presidente da Fifa, Gianni Infantino, em comunicado distribuído pela entidade.

 

Os três brasileiros foram indiciados pelas autoridades americanas, acusados de pedir, receber e distribuir propinas em contratos da CBF e da Conmebol. Ao se posicionar como "vítima", a Fifa tenta emplacar uma versão de que os cartolas agiram para "encher seus bolsos" e "prejudicar a entidade".

 

Outros dirigentes que viraram réus após o escândalo de corrupção que atingiu a Fifa em maio do ano passado também foram citados, casos de Charles Blazer (US$ 5,374,148 - ou R$ 20,22 milhões), Jack Warner (US$ 4,462,263 - ou R$ 16,8 milhões) e Jeffrey Webb (US$ 2,016,205 - ou R$ 7,6 milhões). Ao todo, a entidade pede cerca de US$ 10 milhões de indenização a 41 cartolas.

 

No documento em que pede a indenização aos réus, enviado às autoridades dos Estados Unidos, país onde ocorre a investigação, a Fifa protesta contra os danos causados à entidade e usa palavras fortes contra os dirigentes.

 

- Durante muitos anos, os réus grosseiramente abusaram de seus cargos de confiança para enriquecerem-se, enquanto causavam danos diretos e significativo para a Fifa. Os prejuízos incluem grandes perdas financeiras (incluindo, mas não se limitando a perdas de salários e/ou benefícios pagos aos réus), bem como danos à reputação da Fifa, a propriedade intelectual e as relações de seus negócios.

 

Em seguida, a entidade, que também tenta dessa forma se desvincular dos recentes escândalos de corrupção, diz que os prejuízos causados pelos réus atingem a casa dos dez milhões de dólares.

 

- O dano causado pela ganância dos acusados não pode ser exagerada. Suas ações mancharam profundamente a marca da Fifa e prejudicaram a capacidade da Fifa de usar seus recursos para realizar ações positivas em todo o mundo, e para atender a sua missão global de apoio e melhoria do jogo de futebol. Enquanto a investigação continua, as estimativas das perdas são de ao menos dez de milhões de dólares.




Fonte: Globo Esporte

Naviraí Diário
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