Lula diz que Bumlai ofereceu reforma em sítio

Em petição apresentada ao Supremo Tribunal Federal (STF) na sexta-feira (26), a defesa do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirma que a reforma do sítio em Atibaia, no interior de São Paulo, frequentado pelo petista foi oferecida pelo pecuarista José Carlos Bumlai, amigo de Lula, atualmente preso na carceragem da Polícia Federal em Curitiba, em decorrência das investigações da Operação Lava-Jato. Os advogados de Bumlai, no entanto, contestam a versão. As informações foram reveladas pelo jornal "Folha de S. Paulo".

A defesa de Lula afirma que o ex-presidente tomou conhecimento da existência do sítio apenas em 13 de janeiro de 2011, meses depois da compra do imóvel, e que só depois desta data passou a frequentar o local. O imóvel teria sido comprado por Bittar e Suassuna para receber as famílias amigas, mas carecia de melhorias nas acomodações. O espaço tinha apenas dois quartos, insuficiente para as famílias, e não seria capaz de comportar parte dos presentes recebidos por Lula durante os dois mandatos presidenciais. Na argumentação da defesa, Bumlai teria ajudado na reforma em um primeiro momento, mas como as obras não seguiam na marcha desejada, a construtora local assumiu a obra.

Procurado pelo GLOBO, o advogado de Lula Cristiano Zanin se recusou a fornecer a íntegra da petição feita ao Supremo. O advogado de Bumlai, Arnaldo Malheiros, não foi localizado para comentar o caso. À "Folha de S. Paulo", ele teria refutado a versão, alegando que a Odebrecht não é propriedade de seu cliente. Nesta semana, o engenheiro Frederico Barbosa afirmou, em depoimento à Lava-Jato, que trabalhou na reforma do sítio atendendo a um pedido de um chefe seu na empreiteira.

A argumentação foi entregue para endossar o pedido de suspensão das investigações sobre o sítio e o triplex em Guarujá que seja resolvido se o Ministério Público Estadual de São Paulo ou no Ministério Público Federal deve estar à frente.