Maioria dos brasileiros pensam em mudar de carreira

Postada por: Jr Lopes | Data 08/06/2015 | Imprimir
Ambiente de trabalho, salário, relacionamento com colegas estão entre as causas da insatisfação dos profissionais com a carreira (Foto: Divulgação)


O brasileiro não está satisfeito com o trabalho que tem atualmente, na sua grande maioria. Duas pesquisas realizadas por sites diferentes apontam que cerca de 80% dos trabalhadores estão descontentes com a carreira oferecida pelo empregador e pensam em mudar de área no trabalho.


O estudo "Você é inquieto", realizado pelo site Inquietaria no mês de maio, mostra que 83,9% dos entrevistados têm o desejo de dar um novo rumo na carreira. O levantamento apontou também que 79,6% dos entrevistados estão trabalhando no momento e 87,1% pensam em projetos paralelos constantemente. 


Quando questionados se pretendem fazer projetos fora do mercado atuante, 38,2% afirmaram que já têm planos em mente e 20,4% querem, mas não têm planos. Além disso, 15,6% disseram que gostariam de trabalhar em outros projetos, porém não têm tempo disponível e 16,1% responderam que não têm recursos suficientes para executar seus planos. 


Para Vicente Carvalho, responsável pelo conteúdo do site Inquietaria, há vários motivos que podem deixar as pessoas insatisfeitas no trabalho. Um deles é que, uma grande maioria das pessoas escolheu a profissão para a vida toda muito jovem, ou seja, quando acabou de sair do ensino médio. Nesta época falta maturidade e experiência. 

Outro motivo é quando o lugar onde a pessoa trabalha não é dos melhores. Mais um dos motivos citados é o de funcionário que planeja deixar a empresa para se tornar empreendedor. Há situações nas quais a pessoa percebe que a profissão não está rendendo o que ela pensava e o trabalho não faz muito sentido. "O trabalho tem de ter significado", destaca. 


Segundo ele, hoje o salário não é o único grande atrativo para segurar um funcionário na empresa. A companhia tem de mostrar que não é voltada só para ganhar dinheiro. "É importante a empresa criar um dia para falar sobre dúvidas e inquietações dos funcionários, ter essa maleabilidade e ser aberta para feedback", sugere. 


Carvalho ressalta que a preocupação que a empresa tem com o social também conta muito. E ainda se o relacionamento com os funcionários acontece de maneira mais horizontal do que hierárquica. "O funcionário não pode ser visto apenas como um número, mas como alguém atrás do computador que tem ideias." 


O headhunter Bernt Entschev afirma que a crise pela qual passa o país também reflete no ambiente de trabalho, aumentando a pressão sobre os colaboradores, o que também aumenta a insatisfação das pessoas. Segundo ele, uma parcela das pessoas está na profissão errada e muitos têm o sonho de ter o próprio negócio, mas não montam porque estão inseguros. 


O fato de as pessoas estarem o tempo todo conectadas com o celular e a internet, é considerado por Entschev como mais um motivo para aumentar a insatisfação do trabalhador com o que faz. A questão salarial também entra na lista do descontentamento, pois os reflexos da inflação reduzem o poder de compra permitido pela renda do empregado. As empresas não têm concedido aumento real nos salários e, com isso, o trabalhador tem de cortar gastos. 


Para ele, o que faz uma empresa manter o funcionário é a cultura organizacional, ou seja, a relação superior/subordinado, o salário e os benefícios.



Fonte: Folha de Londrina

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