Nem Cielo, nem Santana: conheça Felipe Ribeiro, novo "rei do nado livre"

Postada por: João Guizolfi | Data 24/02/2015 | Imprimir
Felipe Ribeiro, ao lado da mãe, Marily: "Ela ficava brava quando cabulava as aulas", ri o atleta (Foto: Natasha Guerrize)


E foi logo na primeira competição que Felipe percebeu que a sua relação com o esporte mudou. Aos sete anos, o talento do menino se manifestou e ele foi o primeiro colocado. De acordo com a joia, "ele deu muita distância no segundo colocado" e, assim, a paixão pela natação aconteceu. 


Com o talento, veio uma bolsa de estudos e, assim, está na equipe da Unisanta, onde é treinado por Márcio Latuf. E é na equipe de Santos que conheceu Matheus Santana. Hoje, são grandes amigos - inclusive, Matheus namorava com a irmã de Felipe.


- Digo que somos muito parecidos, sabemos exatamente o que um está pensando. Temos muita sintonia. Ele é meu ídolo. Acho até difícil apontar algo que somos diferentes, passamos muito tempo juntos - conclui.Acreditar. Essa é a máxima para o nadador Felipe Ribeiro, de 17 anos. Com muita confiança, o nadador da Unisanta tem um objetivo bastante definido em sua carreira: ser melhor que os velocistas brasileiros Cesar Cielo e Matheus Santana.


Em um quesito, ele já provou estar à frente dos dois nadadores. Em novembro de 2014, Felipe Ribeiro se tornou o primeiro juvenil na história do país a nadar os 100m livre abaixo dos 50 segundos (ele fez 49s93). O tempo foi conquistado no Campeonato Brasileiro de sua categoria.


- Sei que vou superá-los (Cielo e Santana). Não é uma questão de arrogância. Acredito no meu trabalho e defini minhas metas. Quero conquistar medalha nas Olimpíadas de 2016. Não trato como uma possibilidade, e sim, como uma realidade. Por isso, não vejo a pressão externa como um fator preocupante. Muitos me perguntam se acho que estarei nos Jogos Olímpicos. Não acho, tenho certeza. Preciso desse direcionamento - explica o jovem atleta.


Mas a paixão de Felipe pelo "atletismo nas águas" não foi à primeira vista. Quando tinha quatro anos, sua mãe decidiu matricular o jovem em uma academia, no bairro da Aparecida, em Santos, para que fizesse natação. Felipe sofria de bronquite, uma inflamação que pode se tornar crônica. A futura joia, no entanto, sempre deu um jeitinho de "fugir da raia". No caso dele, "das raias".


- Eu cabulava as aulas. A minha empregada era a encarregada de me levar às aulas, porque meus paissempre trabalharam fora. Mas eu pedia para ela aproveitar o horário da minha aula e me deixar brincando na praça em frente de onde morávamos, na minha infância. Nadava por obrigação, achava chato. Me escondia até no banheiro masculino da academia. Aí o professor tinha de me tirar de lá. Ria bastante, porque mesmo me tirando, eu perdia metade da aula - relembra Felipe.


Marily Ribeiro, mãe de Felipe, foi quem insistiu para que a futura joia da natação persistisse nas aulas. O que ela não esperava é que estimularia um talento da modalidade no Brasil.


- Ficava muito brava quando ele arrumava um jeito de fugir da natação. Era para o bem dele. Eu pensava só na questão da saúde, da bronquite. Nunca o forcei a competir - disse.






Fonte: Globo Esporte

Naviraí Diário
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