Antes de ser morta, mulher apanhava calada e temia morte de familiares

Postada por: João Guizolfi | Data 24/02/2015 | Imprimir
Suellen foi assassinada pelo própria marido quando estava sentada em frente de casa. (Foto: Marcos Ermínio)


A auxiliar de limpeza Suellen Pereira da Costa, 28 anos, que foi assassinada a facadas e tiros pelo marido, o motorista Roberto César Pereira Oliveira, 32 anos, na noite de ontem (23), na Rua Abrão Anache, no Jardim Anache, em Campo Grande, era agredida constantemente pelo companheiro. Segundo parentes, Suellen não pedia a separação porque o marido ameaçava ela e os familiares de morte.


A informação foi revelada pelo pai da vítima, o pedreiro Luiz Pereira, 56 anos, durante o velório na capela do Cemitério Cruzeiro. “A gente pedia para ela separar dele, mas ela dizia que se isso acontecesse ele mataria ela, os filhos ou outro parente próximo. Ele bebia bastante, se transformava e vivia espancando minha filha, só que ela escondia isso da gente”, explicou.


Segundo Luiz, a esperança da jovem em sair do “inferno” era a prisão do marido que já havia assassinado um jovem com 13 facadas. “Ela achava que um dia ele seria preso. Na verdade tinha que ser mesmo, por que na época do seu primeiro crime ele alegou legítima defesa e conseguiu sair em liberdade. Agora eu te pergunto, uma pessoa que age em legítima defesa não daria tantas facadas assim em outra”, comentou.


Suellen vivia com Roberto há 4 anos e o conhecia desde criança, já que eram primos de primeiro grau. Ele já havia se casado uma vez e dessa relação teve uma filha de 10 anos, que morava com o casal atualmente.


Conforme Luiz, no momento em que Suellen foi morta em frente de casa, a menina estava no local e presenciou tudo. “Para que os filhos de 7 e 11 anos não presenciassem as agressões, ela acabou os entregando ainda pequenos para eu criar, mas acabou morrendo na frente de uma criança inocente”, apontou.


No dia do crime, Suellen havia pego os filhos na casa do pai para levá-los, junto com o marido e a enteada, a um córrego no próximo do Hospital São Julião. No local, o casal ingeriu bebida alcoólica e teria tido uma discussão.


“Nunca imaginávamos que ele pudesse fazer isso. Não estava conseguindo falar com ela nos últimos dias por que o celular dela só dava desligado. O pior é que a gente conversava sobre tudo, mas ela não gostava de falar sobre as brigas”, disse uma amiga que pediu para ser identificada apenas como Andréia, 33. Ela conheceu Suellen há 6 anos em um fábrica de pães, onde trabalhavam juntas.


A prima Rose Maria de Souza, 48, destacou as principais características da personalidade da jovem. “Ela era bastante alegre, mesmo com problemas vivia sorrindo e passava bastante alegria para a gente. Era uma pessoa que não deixava transparecer o que vivia dentro de casa. O marido dela era muito abusado, batia até na própria mãe”, finalizou.


O corpo de Suellen vai ser sepultado no mesmo local onde ocorre o velório; o cemitério Cruzeiro.



Fonte: Campo Grande News

Naviraí Diário
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