Juro bancário de pessoa física sobe o triplo da alta da Selic em 2014

Postada por: João Guizolfi | Data 27/01/2015 | Imprimir


A taxa média de juros cobrada pelos bancos nas suas operações com pessoas físicas com recuros livres (excluindo BNDES, rural e habitacional) registrou queda de 0,7 ponto percentual em dezembro do ano passado, para 43,4% ao ano, contra 44,1% ao ano em novembro, informou o Banco Central nesta terça-feira (27). Foi a primeira queda em três meses.


No acumulado de 2014, porém, os juros bancários nas operações com pessoas físicas avançaram 5,4 pontos percentuais, mais do que o triplo do aumento dos juros básicos da economia, fixados pelo Banco Central. Em todo ano passado, a taxa Selic avançou 1,75 ponto percentual, passando de 10% ao ano, no início de 2014, para 11,75% ao ano em dezembro do ano passado.


Já a taxa de captação dos bancos - que é quanto as instituições financeiras pagam pelos recursos - ficou praticamente estável em 2014 nas operações relativas a pessoas físicas. No fim de 2013, a taxa de captação dos bancos nestas operações estava em 12,2% ao ano, passando para 12,4% ao ano no fechamento do ano passado.


Taxa de todas operações e de empresas


Já a taxa de juros média de crédito de todas operações (pessoas físicas e empresas) caiu de 32,9% ao ano em novembro para 32,4% ao ano em dezembro de 2014. Entretanto, em todo o ano de 2014, a taxa subiu 3,4 pontos percentuais, uma vez que estava em 29% ao ano no fim de 2013. A taxa das operações de pessoas jurídicas, ainda com recursos livres, recuou 0,5 ponto percentual em dezembro, para 23,3% ao ano. No acumulado de 2014, porém, teve alta de 1,9 ponto percentual, pois estava em 21,4% ao ano no fechamento de 2013.


Inadimplência em queda


Segundo o Banco Central, a taxa de inadimplência das pessoas físicas, nos empréstimos bancários com recursos livres (sem contar crédito rural e habitacional), que mede atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, caiu de 6,6% em novembro para 6,5% em dezembro. Em todo ano passado, recuou 0,2 ponto percentual. No final de 2013, estava em 6,7%.


Já a taxa de inadimplência das operações dos bancos com as empresas, ainda no segmento com recursos livres, recuou de 3,5% em novembro para 3,4% em dezembro. Trata-se do menor patamar desde abril do ano passado, quando somou 3,3%. Em 2014, entretanto, a inadimplência das empresas subiu 0,3 ponto (estava em 3,1% no fechamento de 2013).


Considerando a taxa total de inadimplência, que engloba operações com as pessoas físicas e empresas, ainda nas operações com recursos livres, houve queda: de 4,9% em novembro para 4,8% em dezembro. É o menor patamar desde dezembro de 2013 (4,7%). Em 2014, a inadimplência de todas operações com recursos livres subiu 0,1 ponto percentual.


'Spread' bancário sobe no ano


O aumento das taxas de juros bancárias de pessoa física em 2014 contribuiu para elevar o chamado "spread bancário" – que é a diferença entre o que os bancos pagam pelos recursos e quanto cobram de seus clientes.


Embora tenha recuado um pouco de novembro para dezembro, o spread nas operações com pessoas físicas avançou fortemente em todo ano passado. Em dezembro de 2013, estava em 25,8 pontos percentuais, avançando para 31 pontos percentuais no mesmo mês de 2014. A alta foi de 5,2 pontos percentuais.


O spread é composto pelo lucro dos bancos, pela taxa de inadimplência, por custos administrativos, pelos depósitos compulsórios (que são mantidos no Banco Central) e pelos tributos cobrados pelo governo federal, entre outros. Em um cenário de inadimplência e tributação praticamente estáveis, o aumento do spread, em 2014, indica que os bancos estão lucrando mais com as operações de crédito.



Fonte: G1

Naviraí Diário
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