"Bom senso na orientação nutricional é fundamental", afirma especialista
Postada por: João Guizolfi | Data 25/11/2014 | Imprimir
Alimentos in natura deve ser a base da alimentação e o consumo de industrializados seja reduzido
O Guia Alimentar para a População Brasileira, lançado este mês pelo Ministério da Saúde, recomenda que alimentos in natura sejam a base da alimentação e que o consumo de produtos industrializados seja reduzido.
"É necessário haver uma maior preocupação com a qualidade dos alimentos que farão parte da dieta. Entretanto, diante da atual rotina do brasileiro, é difícil não encontrar produtos industrializados em casa", afirma a nutricionista Roberta Cassani, que integra a diretoria da Sociedade Brasileira de Alimentação e Nutrição (SBAN).
"A falta de tempo para preparar a comida, causada pelo ritmo intenso da vida moderna e pelas extensas jornadas de trabalho, fez com que os produtos industrializados fossem incorporados ao dia a dia. E sobre esse ponto, o Guia Alimentar traz informações valiosas de como essa questão poderia ser ajustada à alimentação dos brasileiros", ressalta.
Para a nutricionista, "a importância das refeições em família, orientações sobre o preparo de refeições menos processadas, sugestões de como isso pode ser modificado no cotidiano, são aspectos muito relevantes na qualidade alimentar e que foram abordados de maneira adequada no novo guia".
"Acredito que para os profissionais da área de nutrição, o bom senso nas orientações nutricionais é fundamental. Sabemos que o ideal é consumir o máximo possível de alimentos in natura, entretanto, os produtos industrializados fazem parte de nossa realidade", comenta.
Para Roberta, um ponto que poderia ter sido melhor elaborado no documento é a indicação de realizar três refeições ao dia - café da manhã, almoço e jantar - e não "beliscar".
De acordo com a nutricionista, seria importante que o guia tivesse diferenciado "fracionar refeições" e "beliscar alimentos", que é compreendido como o consumo de guloseimas, que nem sempre traduzem uma qualidade nutricional adequada.
"Muitas pessoas precisam consumir pequenas porções entre as refeições, por exemplo, para perder peso ou para controle e prevenção de fatores de risco cardiovasculares, uma vez que a população brasileira vem apresentando aumento nos índices de sobrepeso e obesidade", reforça.
"Passar uma tarde inteira sem comer nada, com um período de jejum prolongado entre as refeições, especialmente no horário da tarde, pode favorecer um consumo calórico mais elevado na próxima refeição, o que contribui para o ganho de peso e de gordura abdominal", alerta Roberta.
Segundo a especialista, durante a consulta pública - período em que a sociedade pode manifestar suas opiniões e sugestões em relação ao guia alimentar - entidades e conselhos de classes preocuparam-se em sugerir contribuições referentes ao novo guia alimentar.
"Um dos aspectos discutidos foi a importância de que algumas recomendações presentes no Guia Alimentar 2006 fosse aproveitada para o documento atual. A possibilidade de uma maior participação de profissionais de nutrição de diferentes áreas poderia ter sido de grande contribuição para o novo guia", acredita.
A nutricionista ressalta que esse documento tem como objetivo trazer orientações gerais para melhoria da alimentação da população brasileira, e que questões nutricionais mais específicas a desordens metabólicas ou fatores de risco nutricionais não são discutidas nele.
Fonte: Dourados News
Naviraí Diário
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