Ebola: entenda a doença que já matou mais de 4 mil pessoas
Postada por: João Guizolfi | Data 17/10/2014 | Imprimir
A partir do momento em que é identificado um caso suspeito, a principal medida é isolar o paciente (Foto: Divulgação)
Caracterizada como maior epidemia de ebola já registrada, com a morte de 4.033 pessoas e um total de 8.399 casos, a doença já chegou a sete países. Mesmo com a confirmação de que não se tratava de ebola, a notícia de um possível caso no Brasil acabou alarmando a população do País, afinal, os sintomas do ebola se parecem bastante com os de outras enfermidades como uma gripe ou dengue hemorrágica. Muitos brasileiros, inclusive, ainda têm dúvidas sobre os sintomas, maneiras de transmissão e tratamento, apesar de especialistas acreditarem que o risco de uma epidemia do ebola no País é baixo.
O vírus ebola foi identificado pela primeira vez em 1976, na África e, de lá para cá, foi responsável por dois surtos simultâneos, sendo um no Congo e o outro em uma área remota do Sudão. Apesar de a origem do vírus ser desconhecida, acredita-se que morcegos frugívoros (que se alimentam de frutas) são os prováveis hospedeiros. Existem seis tipos de vírus Ebola, mas apenas quatro deles transmitem a doença para humanos. Atualmente, de 40 a 60% das pessoas infectadas morrem em decorrência da enfermidade.
De acordo com o infectologista do Hospital Oswaldo Cruz, Demetrius Montenegro, para que seja considerado um caso suspeito, é preciso, em primeiro lugar, saber onde a pessoa está. "Nos países africanos que têm grande incidência da doença, basta apresentar um quadro de febre que é tido como caso suspeito. Já no Brasil, a pessoa deve ter vindo desses países e apresentar algum dos sintomas ou ter tido contato direto com alguém infectado", explica.
Sobre os casos em que o paciente infectado sobrevive, o médico esclarece que esta pessoa estará imunizada da enfermidade e não apresentará sequelas. Após a cura, as mulheres já não poderão transmiti-la. Já os homens, mesmo curados, poderão transmitir o ebola até sete meses depois de infectados. "Essa transmissão se dará através do esperma", comenta o médico.
A morte também é uma das formas de transmitir o Ebola. Por isto, as pessoas não devem ter contato direto com os corpos dos pacientes infectados que morreram. "A medida que o Brasil adotou para evitar a transmissão desta forma é cremar o corpo da pessoa momentos após a morte, não deixando que ele tenha contato com outros", declara.
A medida acontece diferentemente do que ocorre em países africanos, pois em algumas comunidades, é natural que as pessoas toquem no corpo dos mortos. "Isto faz com que aumente ainda mais a proliferação do Ebola na África", acrescenta.
PROCEDIMENTO - A partir do momento em que é identificado um caso suspeito, a principal medida é isolar o paciente. Se for em Pernambuco, a pessoa é encaminhada para o Hospital Oswaldo Cruz e, em seguida, levado para o Instituto Evandro Chagas, no Rio de Janeiro, em um avião do Ministério da Saúde.
Segundo Demetrius Montenegro, cada capital possui um hospital de referência onde o paciente recebe os primeiro cuidados. Em Pernambuco, inclusive, foi feito um treinamento com profissionais de saúde para um possível recebimento de caso suspeito.
Os exames laboratoriais realizados pelos pacientes são levados para o Laboratório Evandro Chagas, em Belém. "São feitos dois exames para que se tenha 100% de certeza de que é ou não o Ebola. Mas se o primeiro já der positivo, o segundo não é feito".
Demetrius também destaca que o profissional de saúde, para ter contato com um paciente infectado, precisa vestir-se com uma roupa especial, que é formada por macacão, avental, duas luvas, máscara facil e respiratória, gorro e botas, todos feitos com materiais impermeáveis.
Fonte: NE10
Naviraí Diário
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