Juiz Eleitoral fala sobre episódios envolvendo vereadores de Naviraí

Postada por: João Guizolfi | Data 15/10/2014 | Imprimir
Juiz Eleitoral fala sobre episódios na classe política (Foto: Folha de Naviraí/ Jr Lopes)


O Juiz Eleitoral Eduardo Lacerda Trevisan, esteve na noite de segunda-feira (13) acompanhando a sessão ordinária que culminou com a suspensão temporária dos mandatos dos vereadores presos durante a Operação Atenas, que foi realizada em conjunto com o Ministério Público e a Polícia Federal. Eduardo Trevisan falou sobre o episódio da carreata realizada na véspera da eleição, em que o então candidato a deputado estadual Marcus Douglas Miranda foi detido por desacato.


O magistrado disse que visando fazer com que as eleições transcorressem da melhor maneira possível, havia determinado aos candidatos quais locais eram permitidos e quais eram proibidos a realização de carreatas.


– As carreatas não podem passar a menos de 200 metros de órgãos públicos. Ao passarem utilizando carros de som e soltando foguetórios em frente ao Cartório Eleitoral, determinei que a carreata parasse e que iria chamar a polícia. Ele me chamou de ignorante e eu dei ordem de prisão por desacato – explicou.


O Juiz Eleitoral disse que o direito de resposta se deu em virtude de o vereador ter utilizado a tribuna da Câmara para afirmar que o magistrado forjou testemunhas e ser uma pessoa desequilibrada.


– Ele cometeu crimes de calúnia e injúria contra mim. Já tinha cometido o crime de desacato e o crime de desobediência – afirmou o Juiz.


Reação popular
Sobre os episódios da Operação Atenas, Eduardo Trevisan disse que é o momento da população reagir e acompanhar o desenrolar dos fatos.


– A população tem que se levantar. Martin Luther King disse uma frase lapidar que cai como uma luva nesse momento. “O que preocupa não é o grito dos maus, mas o silêncio dos bons”. É o momento dos homens de bem reagirem, se apresentarem aos partidos políticos, postularem o seu espaço e acima de tudo, fiscalizarem os vereadores que aqui estão. Ninguém depois de eleito passa a ser dono do mandato, o dono do mandato continua sendo o povo. Se o povo elege um homem público ele continua sendo nada mais, nada menos, do que um representante do povo devendo prestar contas e não tratar o mandato como propriedade sua – afirmou o Juiz.


Sobre a Comissão Processante instalada na Câmara, Eduardo Trevisan disse que a população tem que fiscalizar e cobrar para que a justiça seja feita.


– Quando os homens e as mulheres de bem se calam, o mal triunfa. Então, quem for culpado tem que pagar pelo que fez e quem for inocente deve ser inocentado. Assim se faz a justiça – declarou o magistrado durante o discurso que durou pouco mais de 20 minutos.


A promotora de justiça Letíssia Rossana Pereira, o promotor Paulo da Graça Riquelme, o Delegado da Polícia Federal Nilson Negrão e o Comandante da Polícia Militar de Naviraí Tenente Coronel César Freitas Duarte também estiveram acompanhando a sessão ordinária da Câmara.



Fonte: Folha de Naviraí/ Jr Lopes

Naviraí Diário
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