Após perder único filho homem, pai afirma que acidente foi fatalidade

Postada por: João Guizolfi | Data 16/09/2014 | Imprimir
Família diz não sentir raiva ou rancor de motorista que matou jovem de 20 anos (Foto: Marcos Ermínio)


No início da manhã de ontem (15), a família recebia a notícia do trágico acidente que terminou na morte do filho caçula, de 20 anos. Hoje, pouco mais de 24 horas depois da colisão, a família vela o corpo de Matheus dos Santos Benites e não guarda rancor do idoso de 76 anos, que conduzia o carro que matou o jovem soldado do Exército.


Pai de Matheus, o vendedor João Irino Benites, 46 anos, ainda tenta entender os acontecimentos que mudaram a vida da família. João, a mulher e os três filhos, duas meninas de 26 e 27 anos e Matheus, vivem no Jardim Botafogo, na região do Lago do Amor.


O jovem soldado, que estava no Exército desde os 18 anos, tinha como rotina ir até o quartel, situado na Avenida Presidente Vargas, de bicicleta ou de ônibus, em dias de chuva. Ele sempre saía de casa com bastante antecedência para não se atrasar. “Ele entrava no serviço às 7 horas e sempre saía mais cedo de casa”, conta o pai.


A vida de Matheus teve fim na Avenida Ernesto Geisel, em frente ao Ginásio Guanandizão, quando faltava cerca de uma hora para ele completar o trajeto até o quartel. O condutor de 76 anos, Paulo Moreira da Cunha, conduzia um Gol e atingiu a traseira da bicicleta de Matheus, que estava na faixa da direita.


Apesar de classificar a perda do filho que frequentava a igreja evangélica e ainda cursava faculdade de Teologia como uma dor sem tamanho, o pai afirma que a família não sente raiva ou rancor do motorista do carro. “Nós não queremos mal para ele, acreditamos que foi uma fatalidade”, desabafa.


Acidente - Testemunhas afirmam que o idoso atingiu o ciclista enquanto ele trafegava na pista da direita, próximo do meio-fio. Com a força do impacto, Matheus foi lançado para o para-brisa do veículo e ficou inconsciente. Motoristas que passavam pelo local pararam para ajudar e uma equipe do Corpo de Bombeiros chegou logo em seguida.


Segundo os militares, o ciclista ainda respirava e manobras de reanimação foram feitas durante 40 minutos. Uma viatura avançada do Samu (Serviço de Atendimento Móvel de Urgência) foi chamada, mas Matheus morreu ainda na viatura dos bombeiros.


O motorista ficou em estado de choque e não quis falar com a reportagem. A bicicleta conduzida por Matheus ficou parcialmente destruída e há uma marca de frenagem de aproximadamente 8 metros no asfalto.



Fonte: Campo Grande News

Naviraí Diário
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