Enchente no Sul do país pode alterar mercado de feijão

Postada por: Jr Lopes | Data 13/06/2014 | Imprimir
Alguns produtores de feijão recebem metade do valor pela saca em relação ao ano passado (Foto: Divulgação)


A Companhia Nacional do Abastecimento (Conab) deve investir R$ 20 milhões na compra de feijão para a garantia do preço mínimo, de R$ 95,00 pela saca de 60 quilos. O aumento da oferta fez os preços caírem, mas a enchente que ocorreu no Sul do país pode mudar a expectativa de produção e mexer com o mercado.


O produtor Nelson de Oliveira vai começar a colher os 40 hectares de feijão carioca em uma propriedade no interior de São Paulo. Ele já espera receber menos do que o preço mínimo estipulado pelo governo.


– Nessa época, no ano passado, eu produzi mais e vendi bem, o dobro do preço. Este ano a produção está baixa e o preço, também.


Em 2013, a saca do feijão valia R$ 180,00. Agora, Oliveira espera vender por, no máximo, R$ 80,00. Em São Paulo, a produção deve ser 40% menor. Mesmo assim, o Brasil produzirá 30% mais feijão na segunda safra, quase 1,5 milhão de toneladas, de acordo com a Conab. O excesso de oferta fez os preços caírem. A enchente que aconteceu na última semana, no Paraná e em Santa Catarina, pode mexer com o mercado.


– As notícias não são boas. Da produção em campo, boa parte já foi colhida no Paraná, mas ainda falta algo em torno de 30% a 40% da safra. Isso pode vir a atrapalhar a oferta nos próximos 30 ou 40 dias. A consequência é a alteração no quadro de preços, por isso, o produtor não deve se desesperar. Não é hora de queimar produto – pontua a analista de mercado Sandra Hetzel.


Mesmo se houver reação de preços, muitos produtores paulistas podem ter prejuízo porque não conseguiram uma boa produção. Oliveira, por exemplo, deve produzir 30% menos. A estimativa é de, no máximo, 18 sacas por hectare, mas a perda poderia ter sido maior.


O plantio aconteceu no mês de março e foi prejudicado porque o tempo estava muito quente e seco. O desenvolvimento do feijão carioca leva cerca de 100 dias até a colheita e, neste período, o volume de chuva não foi ideal. Para piorar a situação, veio o ataque da mosca branca, que diminuiu muito a produtividade das lavouras de feijão da região. Em sua lavoura, Oliveira conseguiu uma estratégia de combate razoavelmente eficiente contra a praga.


– Essa foi a virose que pegou, mas consegui controlá-la. Fiz aplicações com orgânico, daí consegui controlar, senão não daria nada este pé aqui e eu perderia a roça inteira – conta o produtor.



Fonte: Canal Rural

Naviraí Diário
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