Mulher de Naviraí dá a luz a gêmeas siamesas

Postada por: Andrey Vieira | Data 06/12/2013 | Imprimir
No caso de compartilharem do mesmo órgão, será necessária a escolha por uma das crianças (Foto: Reprodução)


Uma família de Naviraí vive a expectativa sobre o futuro de duas meninas. Elas nasceram, há uma semana, e são gêmeas siamesas.


As bebês estão internadas na Unidade de Tratamento Intensivo (UTI) neonatal, na Santa Casa de Campo Grande. Elas nasceram unidas pelo tronco. A mãe, que mora em Naviraí, no interior do Estado, foi trazida para a Capital, já em processo de parto.


Ana Paula da Silva Alves, que já teve alta do hospital, explicou aos médicos que fez um pré-natal tardio e que sabia que as meninas nasceriam grudadas.


Hoje as bebês passam o dia sozinhas no Hospital. A mãe precisou ir até Naviraí, mas deve retornar nesta noite. Ela ficará hospedada em uma pensão com apoio da prefeitura. Por telefone, ela afirmou, que até o momento, não sabe confirmar o nível de comprometimento das bebês.


“Não dá pra saber de dá pra separar, porque tem uma massa perto do coração delas. Ainda não definiram o que é isso, se é um coração mal formado ou se é uma fusão entre dois corações”, disse.


O que ocorre com as gêmeas de Naviraí pode ocorrer a cada 40 gestações de gêmeos. Os bebês coligados nascem quando não existe a separação do óvulo, logo no quarto dia de gestação.


Dessa forma a médica e ginecologista, Joana Soares de Arruda, explica que quando se descobre a união dos gêmeos, nada pode ser feito, independentemente do pré-natal ter sido tardio ou não.


“Mesmo se o caso tivesse sido descoberto no primeiro trimestre de gestação. Talvez seria até mais agressivo para a paciente, que ficaria sabendo de início que as crianças nasceriam juntas e com menos chance de sobrevivência. As chances de se fazer uma cirurgia, que disponibiliza esta separação na gestação, é muito pequena. Ainda não há uma tecnologia avançada para isso”, diz a médica.


A obstetra esclarece também que quando os irmãos compartilham do mesmo órgão, a situação fica ainda mais delicada. “Na verdade fica até impossível separar, dependendo do que elas compartilham. Por exemplo, no caso de pulmão, coração e fígado, não tem como separar” explica.


As irmãs estão sendo acompanhadas por uma junta médica. Se houver a liberação para a separação das meninas, a cirurgia deve acontecer fora de Mato Grosso do Sul. Mas para a mãe, a vida das filhas já é uma vitória.


“Como mãe estou bem, estou feliz em saber que elas estão bem. Eu já estava esperando tudo que eu poderia perder, se seria uma ou duas. Eu estava muito assustada. Elas estão bem, estão calmas e se desenvolvendo bem. É que me deixa feliz”, completa a mãe.


Ainda não há previsão de alta para as meninas, mas elas estão bem. A mãe ainda não vive o momento de batalhar por uma vaga em outro Estado para a cirurgia de separação, justamente, por não saber se as meninas vão poder enfrentar o procedimento, agora.



Fonte: MS Record

Naviraí Diário
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